Rio - A Polícia Civil faz uma operação na manhã desta terça-feira na comunidade Santa Maria, na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, para tentar localizar o corpo da ajudante de cozinha Lucélia Venâncio de Almeida, de 33 anos. Ele teria sido enterrado no quintal de uma casa na comunidade.
A ação conta com veículos blindados e helicóptero da instituição. Na chegada dos agentes, houve confronto com bandidos. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) investiga se a mulher foi torturada e morta pelo tribunal do tráfico, no último dia 19, após ser confundida como informante da Polícia Militar. Ela teria sido assassinada pelo chefe da favela, Rangel Freitas Barcellos, o Gordinho, e um bandido identificado apenas como Pará, que também estão sendo procurados.
A especializada tem informações de que há um corpo em uma área de mata da comunidade que pode ser de Lucélia. No local, a polícia investiga, ainda, se há um cemitério clandestino onde haveria, pelo menos, duas ossadas.
No final de 2018, Lucélia, o marido e os cinco filhos foram expulsos da Santa Maria após traficantes tomarem a favela depois que uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco-IE) prendeu milicianos, que comandavam a região.
Segundo informações, os bandidos acharam que o marido de Lucélia fazia parte do grupo paramilitar e ordenou que eles deixassem a comunidade. Dias depois, os traficantes permitiram que a ajudante de cozinha voltasse a morar na comunidade apenas com os filhos.
No último dia 16, a PM fez uma operação na favela e usou a casa de Lucélia como abrigo. Na ação, três bandidos ficaram feridos. Com medo, ela deixou a casa com os filhos e foi morar com parentes.
No entanto, três dias depois, ela voltou para alimentar seus animais e teria sido pega por Rangel e outro criminoso identificado apenas como Pará, em represália pela ação da PM na casa dela. Testemunhas contam que a viram subindo e sendo pega por Gordinho e Pará. Elas ainda disseram que Lucélia foi levada para um barraco onde foi torturada, morta e enterrada. A DDPA concluiu que a vítima não é informante da PM.
Agentes da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) também participam da ação que tem ainda objetivo de achar armas, munições e drogas.
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