Rio - Ainda com muita dificuldade em falar, a empresária Elaine Perez Caparroz, de 55 anos, gravou vídeos para amigos contando os momentos de terror que passou nas mãos de seu agressor vídeo Vinícius Batista Serra, de 27 anos. "Ele falou então: deita no meu ombro para a gente dormir abraçadinho, pra dormir juntinho. Aí eu falei: 'tá bom'. Eu acordei com ele me esmurrando a cara”, disse ela na manhã deste domingo.
Elaine foi espancada na madrugada de sábado, na Barra da Tijuca, durante o primeiro encontro dela com Vinicius. Eles se conheceram pelas redes sociais há cerca de oito meses. Investigadores da 16ª DP (Barra da Tijuca) estiveram na casa da vítima e encontraram paredes cheias de sangue e a residência revirada.
A vítima está com várias fraturas no rosto, dentes quebrados, diversos hematomas e precisará por uma cirurgia reparadora da face. A empresária está internada na hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido.
Ainda não se sabe o que teria motivado a agressão. No hospital, Elaine contou que o agressor tomou taças de vinho antes de dormir. Após isso as agressões começaram.
"Eu acordei com ele me esmurrando a cara e gritando muito: 'filha da p...' (...) Ele não falava, ele só gritava, me xingava e dava vários murros, com uma força muito absurda. Eu tentava me defender, mas sentia os murros acertando o meu rosto. A cada murro que ele me acertava, achava que fosse morrer", conta Elaine.
No dia do crime, a empresária e ex-cunhada da lutadora Kyra Gracie, foi encontrada desacordada por um zelador, em seu apartamento. Em estado grave, ela foi levada, num primeiro momento, para Hospital Lourenço Jorge, mas foi transferida para o hospital no Rio Comprido.
"Ele foi tentar me dar um mata-leão, eu fui pôr a mão para não deixar ele 'concluir', aí ele me mordeu, deu umas dentadas absurdas. Me jogou no chão e subia em cima de mim, me esmurrava muito. Eu pedia para ele parar e ele não parava. Eu comecei a gritar por socorro e gritar o número do meu apartamento", continua a vítima, dizendo que depois do espancamento apagou. "Depois não lembro de mais nada. Eu lembro de ter tido um 'flash' com minha vizinha falando: 'Elaine, vou viu como você está?'. E eu dizia que não sabia".
O DIA teve acesso ao registro de ocorrência registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca). No documento, o delegado-adjunto Rodrigo Freitas de Oliveira afirma que "pela gravidade das agressões e pela desproporcionalidade física, se (Vinicius) não desejava a morte da mesma, assumiu o risco de produzi-la".
Ainda segundo Rodrigo, o suspeito tentou matar Elaine por "razões de condição de sexo feminino" a qual o delegado considerou como violência doméstica e familiar.
Agrediu após surto psicótico
Na delegacia, Vinícius teria justificado que o espancamento aconteceu após um surto psicótico sofrido por ele durante a madrugada.
No pedido de prisão preventiva, o delegado afirma que Vinícius é perigoso e que é preciso que ele fique preso, já que solto "poderá atentar novamente contra a vida da vítima" ou tentar atrapalhar as investigações.
O acusado foi transferido para a Cadeia Pública Frederico Marques, em Benfica. O DIA não conseguiu contato com a defesa de Vinicius.
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