Após longa espera, Ana Paula conseguiu matricular filha Suelen Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por Maria Luisa de Melo
Publicado 22/02/2019 03:00

Rio - Depois de duas semanas aguardando vaga para dois filhos, a atendente Ana Paula Gonçalves, de 34 anos, finalmente conseguiu matriculá-los ontem. Suelen e Lucas, de 17 e 16 anos, estão entre os beneficiados com a abertura de novas 500 vagas no C.E. Visconde de Cairú, no Méier.

"Queriam que eu mandasse meus filhos de Piedade, onde moramos, para Triagem, à noite. A escola é do lado de uma favela perigosa. Não aceitei. Se não fossem essas novas vagas, ficariam sem estudar", desabafou a mãe.

A abertura de novas vagas em colégios estaduais já existentes foi uma medida emergencial adotada pelo secretário estadual de educação Pedro Fernandes diante de uma lista de espera inicial de 20 mil alunos. Hoje, diz ele, a lista caiu para 11 mil. "Estamos atualizando os números da fila de espera, porque estamos criando novas turmas", diz. 

As falhas na gestão na rede pública de educação ficam ainda mais evidentes em um relatório preparado pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e entregue ao titular da pasta, Wagner Victer, no ano passado. O documento denuncia a extinção de turmas inteiras em regiões como Bangu, Ilha do Governador, Jacarepaguá, além das cidades de Búzios e Rio das Ostras. Justamente nas localidades classificadas como mais críticas por Fernandes.

Segundo o relatório, só no CE Daltro Santos, em Bangu, seis turmas foram encerradas e 140 vagas extintas. O CE Profa. Matilde de Jesus Quadrado, na Ilha, também teve turmas encerradas. Em Rio das Ostras, dez turmas foram fechadas - parte delas voltadas para a Educação de Jovens e Adultos.

Para o deputado Flávio Serafini (PSOL), responsável pelo documento, é preciso frear a "otimização" da rede: 

"Foram muitos cortes nos últimos anos. Várias escolas ou foram fechadas ou tiveram turmas extintas. Claro que teria um resultado".

Você pode gostar

Comentários

Publicidade

Últimas notícias