Mãe e filha morreram após atropelamento na Via Light, em Mesquita - Luciano Belford / Agência O Dia
Mãe e filha morreram após atropelamento na Via Light, em MesquitaLuciano Belford / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Mãe e filha atropeladas na noite desta quarta-feira na Via Light usavam o trajeto onde sofreram o acidente para evitar locais mais perigosos e fugir da violência. É o que afirma o cunhado de Elaine de Oliveira Sobrinho, 36 anos, que morreu ao lado da filha, Evelyn Letícia Oliveira da Silva, 13, na altura de Mesquita, na Baixada Fluminense. O atropelamento também deixou ferido o marido de Elaine, Adelson José de Oliveira, 28, que fraturou o fêmur e a tíbia e aguarda uma cirurgia no Hospital Geral de Nova Iguaçu, também na Baixada.

Mãe e filha morreram após acidente na Via Light - Arquivo Pessoal

"Meu irmão estava indo para a casa da sogra com a mulher e a enteada. Ele pega aquele trajeto justamente para não passar por locais perigosos, por bairros onde tem tráfico de drogas, assalto. Para eles, era mais tranquilo passar perto dos carros. Mas, infelizmente, o motorista perdeu o controle. Não sei se ele estava passando em cima do buraco, não sei a velocidade em que ele estava. Sei que ele perdeu o controle e acabou pegando os dois", disse o motorista de aplicativo Anderson Leonardo dos Santos, 37.

Ele também afirmou que pouco antes do acidente, uma parede desabou e deixou o acostamento cheio de barro e lama. Segundo Anderson, os pedestres preferem se arriscar no acostamento do que usar a passarela, que está em péssimas condições. "Por causa do desabamento, ficou um trecho de aproximadamente um metro para as pessoas e os veículos passarem. Para sair do acostamento, eles teriam que passar por cima da lama. Quando eles foram desviar do barro, o motorista também tentou desviar do buraco e houve essa fatalidade", contou.

O cunhado de Elaine seguiu reclamando das condições da via. "A Via Light só tem um pouco de atenção no trecho de Nova Iguaçu. O trecho que passa em Mesquita, Nilópolis, São João de Meriti até a chegada na Pavuna não tem cuidado algum. Não tem iluminação decente, vários buracos, já danifiquei meu carro lá. É um lugar onde o perigo é constante", garantiu.

A família não culpa o motorista do veículo, Márcio Luiz de Oliveira, 43. "Se o acostamento estivesse liberado, por mais que não seja o local adequado para pedestres, eles não passariam pela beirada da pista. E se não houvesse tantos buracos, os motoristas não precisariam fazer tantas manobras para desviar. Quanto ao motorista, caberá à perícia ver se ele tava em alta velocidade, se o carro dele estava com manutenção em dia. Mas com certeza se não tivesse aquele buraco na frente e aquele aterrado no acostamento, o motorista não teria que fazer aquela manobra".

O sepultamento de Elaine e Evelyn acontecerá na sexta-feira, às 10h, no Cemitério de Olinda, em Nilópolis.

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