Evânio Oliveira Santos, de 41 anos, foi detido em flagrante após o corpo de Carine Alves Lobo, de 29 anos, ser encontrado no interior do veículo da vítima, na Estrada do Encanamento. - DIVULGAÇÃO
Evânio Oliveira Santos, de 41 anos, foi detido em flagrante após o corpo de Carine Alves Lobo, de 29 anos, ser encontrado no interior do veículo da vítima, na Estrada do Encanamento.DIVULGAÇÃO
Por Aline Cavalcante e Renan Schuindt

Rio - A Polícia Civil apontou, neste sábado, mais um envolvido no assassinato da cabeleireira Carine Alves Lobo, de 29 anos, encontrada morta em seu carro, na sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, em Padre Miguel, na Zona Oeste. Em depoimento, Evânio Oliveira Santos, 41, confessou o crime e disse que pagou R$150 para um homem, conhecido como 'Luisinho', ocultar o corpo da vítima.

As investigações agora, segundo a polícia, irão continuar para identificar e localizar o homem que foi apontado pelo acusado.

O sepultamento de Carine será realizado neste domingo, às 14h40, no cemitério do Caju, Zona Norte do Rio.

O crime

A cabeleireira foi estrangulada pelo ex-companheiro e foi encontrada morta dentro de seu carro, na Estrada do Encanamento. Após exame pericial realizado no veículo parcialmente carbonizado da vítima, Evânio foi preso em flagrante em sua residência.

Corpo de Carine Lobo foi encontrado no interior do seu veículo, na Estrada do Encanamento, em Padre Miguel - Reprodução

No local, a polícia encontrou um pacote com lacres brancos iguais aos encontrados no corpo da vítima.

O crime teria ocorrido porque Evânio, que estava em liberdade condicional e usava tornozeleira eletrônica, não aceitava o fim do relacionamento que durou cerca de cinco anos.

Carine foi vista com vida pela última vez na quinta-feira. O ex-namorado teria mandado uma mensagem para ela pedindo ajuda financeira. A vítima, então, fez algumas compras no supermercado e levou para o ex-companheiro. Depois disso não foi mais vista.

Evânio foi preso em flagrante pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver. Ele pode pegar mais de 30 anos de prisão, somadas as penas.

Feminicídio: crescimento alarmante 

A violência contra a mulher cresce a cada dia mais. Dados do Datafolha e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que 536 mulheres foram agredidas fisicamente a cada hora no período de fevereiro de 2018 a fevereiro de 2019. Ao todo, 4,7 milhões de mulheres foram vítimas de violência no país.

A maioria dos casos, começam em relacionamentos abusivos como o de Carine. De acordo com a Polícia Civil, Evanio, o ex-namorado da vítima já possuía anotações pelo crime de violência doméstica, contra ela.

Segundo a família, Carine se separou a primeira vez porque foi agredida, porém, logo em seguida ela descobriu um câncer e ele a ajudou. Eles reataram e resolveram se casar. Pouco tempo depois do casamento as agressões voltaram e Carine decidiu se separar.

"Ela já estava em outra relação, sendo verdadeiramente feliz e amada. Sem aceitar a felicidade da minha amiga e de ver que ela se libertou, ele a matou. O que ela fez? Foi ajudar, foi ser solidária. Esse foi seu único erro, sua sentença", relatou uma amiga nas redes sociais.

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