Antonio, pai de Joseilton, falou sobre o socorro prestado ao filho - Luciano Belford
Antonio, pai de Joseilton, falou sobre o socorro prestado ao filhoLuciano Belford
Por Ana Mello*

Rio - Policiais militares teriam negado socorro a Joseilton de Jesus Cavalcante, de 27 anos, um dos baleados no tiroteio do Complexo da Penha, que aconteceu na madrugada deste domingo. De acordo com o pai do rapaz, Antonio Cavalcante, os PMs afirmaram que "não podiam fazer nada" para ajudar a vítima e, somente após verificarem que o ferido era um cabo do Exército, dispensado no último dia 28, é que prestaram auxílio. Eles chegaram a recolher as cápsulas que estavam no chão e retiveram o documento do baleado, de acordo com a família. 

Questionada sobre as denúncias dos parentes de Joseilton, a Polícia Militar enfatizou que "não compactua com possíveis desvios de conduta por parte de seus policiais, punindo exemplarmente os envolvidos quando comprovados os fatos". No entanto, a corporação não respondeu se os relatos dos familiares da vítima serão investigados e se limitou a dizer que denúncias podem ser feitas nos canais oficiais da corporação: WhatsApp - (21) 97598-4593, telefone - (21) 2725-9098 ou e-mail - denuncia@cintpm.rj.gov.br.

Familiares de Joseilton de Jesus Cavalcante na porta do hospital - Luciano Belford/Agência O Dia

O rapaz foi socorrido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, também na Penha, onde passa por cirurgia. O jovem fez concurso temporário de cabo para o Exército e ficou oito anos trabalhando na Diretoria de Fabricação da instituição, na Central do Brasil. Oficiais das Forças Armadas foram até o hospital acompanhar a situação do colega. Ainda segundo parentes, houve demora no atendimento da vítima, que só foi resolvida com a chegada dos oficiais.

Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde informou que, de acordo com a direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas, "o paciente foi imediatamente atendido e, diante do quadro de fraturas expostas, direcionado para a sala de traumatologia."

O ex-militar é nascido e criado na comunidade da Penha, trabalhava atualmente com entregas de moto, através de um serviço de aplicativo, e fazia curso de técnico. "Ele nunca se envolveu com nada, é um homem de bem, que agora corre risco de ficar com a perna amputada por conta da negligência dos policiais", denuncia Letícia Ísis, cunhada de Joseilton. 

Um adolescente de 17 anos também ficou ferido no confronto. De acordo com informações, o tiroteio começou durante uma operação do Batalhão de Choque (BPChq) na região. 

*Estagiária sob supervisão de Adriano Araujo

 

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