TJ enviou o PL à Alerj, em outubro, atendendo ao pleito dos servidores - Arquivo O Dia
TJ enviou o PL à Alerj, em outubro, atendendo ao pleito dos servidoresArquivo O Dia
Por *Natasha Amaral

Rio - Uma estagiária do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) denunciou, na última sexta-feira, que teria sofrido assédio sexual dentro do gabinete onde trabalha. Segundo Renata dos Santos, de 21 anos, o homem teria pedido um abraço e, ao tocá-la, tentou dar um beijo nela. O suspeito ocuparia o cargo de analista jurídico.

De acordo com Renata – que iniciou o estágio em fevereiro – o homem já a rondava no começo do trabalho. "Eu entrei no dia 20 de fevereiro, no dia 21 fui apresentada aos outros estagiários e funcionários. Durante essa apresentação ele se identificou e falou para ficar com ele no gabinete do juiz".

O episódio aconteceu na semana do Carnaval. Renata trabalharia na quinta-feira com outra funcionária e o suspeito sozinho na sexta. "Quando cheguei na quinta, fui informada por ele que a outra menina estava passando mal e pediu para trocar com ele. Em seguida, ele me chamou para olhar o computador dele e me abraçou, beijando meu pescoço e ficou me elogiando".

"Eu fiquei nervosa e peguei o celular para mandar uma mensagem para uma amiga. Como tinha pouco tempo ali, não sabia em quem confiar. Logo depois, ele disse que iria almoçar, falou que estava calor e ia me mostrar onde estava o controle do ar. Ele me puxou pela mão em direção ao gabinete, mostrou o controle e, quando virei para sair, me puxou para me agarrar e beijar. Eu falei que tinha câmera na sala, em um ato para tentar me soltar, mas ele falou: "pode ficar despreocupada, aqui não tem câmera e nem onde te agarrei a primeira vez", relatou.

Ainda segundo a jovem, a atitude do homem foi recorrente com outras estagiárias mas, segundo ela, nenhuma outra mulher teve coragem de denunciá-lo e registrar a ocorrência. "É a palavra dele contra a nossa. Ele tem idade para ser meu pai, é casado, tem filhos. Muitas ficaram com medo de fazer a denúncia e ele continuou assediando".

Questionada sobre um possível afastamento do funcionário, Renata contou que aguarda uma posição do órgão. "Ele ainda não foi afastado. Ninguém falou nada, nenhuma posição e talvez nem vão afastá-lo. Voltei a trabalhar hoje e fui mais cedo no prédio administrativo para pedir transferência, se possível de comarca", finalizou.

A ocorrência contra o funcionário da 43ª Vara Cível foi registrada na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste. Procurada pelo DIA, a delegada Catarina Noble, que cuida do caso, informou que só vai se pronunciar após o depoimento do funcionário, ainda sem data marcada.

Já a Corregedoria do tribunal informou que ainda não foi acionada pela delegacia, mas contou que vai solicitar o registro de ocorrência para apurar eventual infração cometida por algum servidor.

*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes

 

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