Lessa e Queiroz foram levados, ontem à tarde, por agentes da Delegacia de Homicídios para o presídio de segurança máxima, em Bangu 1. Mas o juiz Gustavo Kalil já autorizou o pedido do MP para que eles sejam transferidos para uma unidade a ser escolhida pelo Departamento Penitenciário Nacional.
Para decretar a prisão de Lessa, o juiz Gustavo Kalil também levou em consideração a preservação da vida de pessoas pesquisadas por ele, como parlamentares de esquerda e seus parentes, os ex-presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, delegados, autoridades e jornalistas, profissionais e entidades ligadas aos Direitos Humanos, como a Anistia Internacional. "Também sob o prisma da ordem pública, assiste razão, por ora, ao MP quando argumenta que a prisão preventiva se faz necessária para assegurar o direito à vida das demais pessoas e políticos pesquisados pelo acusado", pontuou Kalil.
Com o recebimento da denúncia do MP pelo juiz, os acusados serão citados e os advogados intimados para apresentar a defesa dos réus no prazo de até dez dias. Após a apresentação das defesas, o magistrado vai analisar o processo e marcar uma audiência de instrução e julgamento onde todas as testemunhas serão ouvidas para, só então, decidir se os dois serão submetidos a júri popular, formado por sete cidadãos já alistados.
As investigações sobre o mandante das mortes de Marielle e Anderson continuam. Há ainda outras apurações paralelas feitas pela Polícia Federal, entre elas, sobre ações que estariam sendo praticadas para atrapalhar a conclusão do crime. Kalil determinou que a Superintendência da PF encaminhe cópia integral do inquérito solicitado pelo MP.
Em fevereiro, o Conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão, foi alvo de operação da PF. Na ação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. No caso de Brazão, a PF apreendeu o celular dele. Os agentes estiveram na casa de um PM considerado testemunha importante de uma das versões investigadas, considerada mentirosa.
