Em conversa, jovem diz ser representante do Rio para cometer novo atentado - Reprodução
Em conversa, jovem diz ser representante do Rio para cometer novo atentadoReprodução
Por RENAN SCHUINDT

Policiais da 18ª DP (Praça da Bandeira), com o apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), apreenderam, ontem, um adolescente que arquitetava um ataque a uma escola da região da Praça da Bandeira, na Zona Norte. O jovem de 16 anos foi apreendido próximo ao Morro da Providência, no Centro, acusado de ameaçar um aluno por mensagens nas redes sociais. Um helicóptero da Polícia Civil chegou a ser usado na operação.

Na casa do garoto, que é ex-aluno de uma unidade de educação da região, foi apreendido um computador. De acordo com a Polícia Civil, o rapaz teria fixação no atentado que ficou conhecido como Massacre de Columbine, ocorrido em 1999, nos Estados Unidos.

Ainda conforme a polícia, o caso teve início na última sexta-feira. Após receber as mensagens, o aluno ameaçado procurou a diretora da escola para mostrar o conteúdo recebido. Na conversa, o acusado diz ser o escolhido para representar o Rio em mais um atentado e que precisa escolher vítimas e ajudantes. O adolescente também enviou a foto de uma arma, mas, segundo as investigações, seria uma reprodução de internet.

A apreensão do jovem foi decretada no domingo pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça. Segundo o delegado da 18ª DP, Roberto Ramos, responsável pelo caso, o menor seria adepto de fóruns que propagam o ódio na internet. Em depoimento, o adolescente disse que pretendia apenas amedrontar o colega e que não iria cometer o ato de violência. "Estamos monitorando reações, comentários e publicações de outras pessoas nas redes sociais. Também estamos em contato direto com a Secretaria de Educação e com o alerta ligado para outros casos que possam ocorrer", contou.

Ainda segundo o delegado, o jovem não costuma passar mais de um ano em um mesmo colégio. "Ele está sempre mudando de escola. No depoimento, informou que gosta de estudar o perfil e a motivação dos atentados já conhecidos em todo o mundo", disse Ramos.

Ontem, o clima de tensão rondou as escolas da região da Praça da Bandeira. Em uma delas, um professor, que pediu para não se identificar, disse que o medo ronda a unidade. "Estamos trabalhando normalmente, mas há uma apreensão entre alunos e profissionais", afirmou. Outra funcionária, que também não quis ser identificada, disse que se sente insegura. "Toda hora é um caso diferente. A gente se preocupa porque não sabemos do que as pessoas são capazes", argumentou.

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