Prints no celular de rapaz mostra ele falando do atentado e que foi o escolhido no Rio - Reproduções de divulgação
Prints no celular de rapaz mostra ele falando do atentado e que foi o escolhido no RioReproduções de divulgação
Por RENAN SCHUINDT

Rio - O jovem de 16 anos, apreendido nesta segunda-feira pela 18ª DP (Praça da Bandeira), com o apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), próximo ao Morro da Providência, tinha fixação pelo Massacre em Columbine, ocorrido há 20 anos, e teria buscado inspiração para um possível ataque a sua ex-escola na Praça da Bandeira, na Zona Norte. Ele foi acusado de ameaçar um aluno por mensagens nas redes sociais e também falou ser "o escolhido" para representar o Rio em um atentado na cidade. 

Na casa do garoto, que é ex-aluno de uma unidade de educação da região, foi apreendido um computador. Ainda conforme a polícia, o caso teve início na última sexta-feira. Após receber as mensagens, o aluno ameaçado procurou a diretora da escola para mostrar o conteúdo recebido. Na conversa, o acusado diz, além de ser o escolhido para representar o Rio em mais um atentado, precisava as escolher vítimas e os ajudantes. O adolescente também enviou a foto de uma arma, mas, segundo as investigações, seria uma reprodução de internet.

Segundo o delegado da 18ª DP, Roberto Ramos, responsável pelo caso, o menor seria adepto de fóruns que propagam o ódio na internet. Em depoimento, o adolescente disse que pretendia apenas amedrontar o colega e que não iria cometer o ato de violência. "Estamos monitorando reações, comentários e publicações de outras pessoas nas redes sociais. Também estamos em contato direto com a Secretaria de Educação e com o alerta ligado para outros casos que possam ocorrer", contou.

Ainda segundo o delegado, o jovem não costuma passar mais de um ano em um mesmo colégio. "Ele está sempre mudando de escola. No depoimento, informou que gosta de estudar o perfil e a motivação dos atentados já conhecidos em todo o mundo", disse Ramos. A apreensão do jovem foi decretada no domingo pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça. 

Ontem, o clima de tensão rondou as escolas da região da Praça da Bandeira. Em uma delas, um professor, que pediu para não se identificar, disse que o medo ronda a unidade. "Estamos trabalhando normalmente, mas há uma apreensão entre alunos e profissionais", afirmou. Outra funcionária, que também não quis ser identificada, disse que se sente insegura. "Toda hora é um caso diferente. A gente se preocupa porque não sabemos do que as pessoas são capazes", argumentou.

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