Cidade de Deus - Daniel Castelo Branco / Arquivo / Agência O Dia
Cidade de DeusDaniel Castelo Branco / Arquivo / Agência O Dia
Por *Jenifer Alves

Rio - O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou, nesta quarta-feira, dados referentes à criminalidade no Estado do Rio em fevereiro de 2019. A ocorrência que apresentou o número mais expressivo foi o de mortes causadas por agentes do estado. Segundo o ISP, esse tipo de caso cresceu 42% em comparação ao mesmo período de 2018. No segundo mês deste ano, 145 mortes foram registradas, contra 101 em fevereiro do ano passado. 

A pesquisa mostra que o batalhão que mais matou durante o mês de fevereiro foi o 7º BPM (Alcântara), seguido pelo 12ºB PM (Niterói) com 14 e 13 mortes respectivamente. No mesmo mês de 2018, o 7º BPM também encabeçou a lista, com 17 mortes e fechou o ano com 166 óbitos causados por agentes do estado. 

A unidade já esteve envolvida em diversos casos de corrupção. Em dezembro de 2018 o batalhão foi alvo de uma operação que prendeu 10 policiais que participaram de um desvio de roubos de carne. Em junho de 2017 uma megaoperação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), prendeu 96 PMs envolvidos com o tráfico da região. 

Um levantamento do ISP realizado em 2017 mostrou que o batalhão que mais matava no Rio de Janeiro era o 41º BPM (Irajá), conhecido como o batalhão da morte. No mesmo ano os óbitos em confronto da unidade dispararam e em dezembro o batalhão atingiu a marca de 112 mortes. Este índice caiu 21,4% e em 2018 fechou o ano com 88 casos do tipo, quase a metade do números obtidos pelo 7º BPM.

Por outro lado, a letalidade violenta, que inclui os casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte caíram.

Com 319 vítimas, os casos de homicídio doloso diminuíram 28% na comparação com fevereiro do ano passado. Fevereiro foi o mês com o menor número de vítimas desde o início da série histórica, em 1991, e o que teve o menor número de vítimas desde agosto de 2015. Quando a comparação é com o mês anterior, a queda ficou em 17%.

Em fevereiro, foram registrados 476 casos de letalidade violenta, número que representa redução de 16% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 15%, se comparado a janeiro de 2019.

Os roubos seguidos de morte (latrocínios) também caíram: foram 21 vítimas em janeiro e oito em fevereiro. O DIA procurou a PM, que afirmou ser "importante é ressaltar a queda dos indicadores de letalidade violenta pelo segundo mês consecutivo". Confira a nota na íntegra.

"A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Polícia Militar do Rio de Janeiro informa que as operações da Corporação são pautadas por planejamento prévio e executadas dentro da lei. Nas ações em áreas conflagradas, a missão da Polícia Militar é primordialmente a prisão de criminosos e apreensão de arma e drogas.

Muitas vezes, no entanto, os criminosos fazem a opção pelo enfrentamento, dando início ao confronto. Quando a operação policial resulta em mortes ou feridos, um Inquérito Policial Militar é aberto para apurar as circunstâncias do fato.

De 1 de janeiro a 20 de março deste ano, somente a Polícia Militar do Rio de Janeiro efetuou 7.296 prisões e 1.287 apreensões de adolescentes envolvidos em atividade criminosa. No mesmo período, foram apreendidas 1.501 armas de fogo, dentre as quais 112 fuzis e 700 pistolas.

Em relação aos números do Instituto de Segurança Pública (ISP) referentes a fevereiro, o mais importante é ressaltar a queda dos indicadores de letalidade violenta pelo segundo mês consecutivo. Em fevereiro de 2019, o indicador homicídio doloso registrou queda de 28% em relação ao mesmo período do ano passado. Foi o mês de fevereiro com o menor número de vítimas nos últimos 28 anos."

Roubo de veículos e de cargas caíram

Em fevereiro, os crimes contra o patrimônio, como roubos de veículos e de cargas, continuaram em queda. Os roubos de veículos caíram 26% em relação a fevereiro de 2018, mas, em relação a janeiro, o percentual foi menor, ficou em 6%.

Na comparação com fevereiro do ano passado, os roubos de carga diminuíram 13%. Foi o mesmo percentual em relação a janeiro. Já no roubo de rua, que são os casos de roubos a transeuntes, de aparelhos celulares e roubos em coletivo o aumento ficou em 1% em relação a fevereiro de 2018, seja mantendo quase estável. Se comparado ao indicador de janeiro deste ano, houve uma queda de 6%.

Regiões

O ISP destacou que, em fevereiro, diversos indicadores tiveram quedas expressivas em duas áreas integradas de segurança pública (AISP) da Zona Norte. Pelo segundo mês seguido, a AISP 03 (Méier e adjacências) registrou a maior diminuição no item roubos de rua, mas foi a segunda maior em roubos de veículo e a terceira maior em roubos de carga. A AISP 16 (Olaria e adjacências) teve a maior redução de roubos de carga.

No caso de roubo de veículos, a AISP 20 (Nova Iguaçu, Mesquita e Nilópolis), na Baixada Fluminense, teve a maior queda, mas foi a terceira maior em homicídios dolosos. Na AISP 12 (Niterói e Maricá), na região metropolitana, houve a segunda maior diminuição de roubos de rua e a terceira maior de homicídios dolosos.

Os dados divulgados pelo ISP são referentes aos registros de ocorrência feitos nas delegacias de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro durante o mês de fevereiro.

*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes

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