Jose Margarido, 62 anos, opinou sobre prisão de Moreira Franco - Marcio Mercante / Agência O Dia
Jose Margarido, 62 anos, opinou sobre prisão de Moreira FrancoMarcio Mercante / Agência O Dia
Por Felipe Rebouças* e Lucas Cardoso

Rio - Os vizinhos do Batalhão Especial Prisional (BEP), no Fonseca, em Niterói, não estão nada satisfeitos com os novos "moradores" do bairro. Desde o fim da noite de quinta-feira, o ex-governador do Rio Moreira Franco e o coronel João Batista Lima Filho, presos após mais uma etapa da Operação Lava Jato estão presos na unidade do município, onde já está Luiz Fernando Pezão. "Aqui eles só estão gerando mais custo para o cidadão. O correto seria fazer a limpa em todos os bens deles e mandar para bem longe do nosso município. Tirar deles o que conseguiram enquanto roubavam o povo brasileiro. É ganância demais. Não consigo entender. O Moreira Franco tinha uma boa imagem com o povo do Rio e aqui de Niterói, mas e agora? O que sobrou? Não sobrou nada", comenta o aposentado, Roberto Margarido, de 62 anos.

Para o ambulante Jorge Flor, 60, a cidade de Niterói já vem tendo suas próprias personalidades envolvidas em escândalos e não precisa de mais repercussão negativa. "Esses políticos vem para cá e não trazem nada de bom. Você pode ver aqui pela porta do Horto, que é só buzinada e xingamento para todos os lados. Ninguém está feliz com a presença deles. O lado positivo é ver que pessoas do alto poder estão sendo afetadas pelas investigações da Polícia Federal", diz.

O autônomo Fernando Alves, 32, gostaria que a unidade prisional fosse retirada do bairro. "Esse desejo não é só meu. Outros moradores compartilham da mesma ideia. O ideal era levar esse pessoal para longe e transformar o espaço em uma área de lazer".

Polícia Federal

Já no Centro do Rio, quem passava pela frente da sede da Polícia Federal, local onde o ex-presidente da república Michel Temer está preso, também comentou os novos alvos da operação Lava Jato. "Eu não fico feliz com a prisão dele, assim como não fiquei quando o Lula foi condenado. Mas estamos passando por uma nova era onde quem comete crimes tem que pagar", afirmou Nairo da Silva, 32, professor de Geografia.

A repercussão também alcançou quem chegou ao Rio só para curtir. Um grupo de chilenos se surpreendeu com a prisão de um chefe de estado como o Temer. "No nosso país, até existe corrupção, mas nunca chegou à Presidência da República. Por lá, quando crimes desse tipo resultam em prisões, os culpados são familiares ou conhecidos dos membros do executivo", lembrou o funcionário público, Fabrício Godoy, de 27, que estava acompanhado de mais dez amigos.

*Estagiário sob supervisão de Joana Costa

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