Cristiane ficou 20 dias em coma
 - Arquivo Pessoal
Cristiane ficou 20 dias em coma Arquivo Pessoal
Por RAI AQUINO

Rio - A cabeleireira Cristiane Werneck, 36 anos, morreu de falência múltipla dos órgãos, nesta segunda-feira, depois de ficar três semanas em coma após ser agredida pelo companheiro, o porteiro Giovani Jefferson de Souza, 45. No domingo de Carnaval, ela foi espancada na casa do casal, no Estácio, na região central da cidade. As agressões foram tão intensas que lhe causaram traumatismo craniano, de tórax e de abdômen. 

De acordo com testemunhas, os dois estavam em um bar, quando começaram a discutir e a briga continuou na residência deles, em uma vila de casas. Uma vizinha ouviu a discussão e familiares que moram próximo foram ajudá-la.

"Ela teve parada cardiorrespiratória, tanto que quando a filha chegou ela já não falava mais nada, estava com a boca mole", conta a titular da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) do Centro, a delegada Ana Lucia Barros. A filha dela morava com os dois e estava na casa do namorado, em Copacabana.

Giovani já tinha agredido outra companheira em 2010 - Arquivo Pessoal

Como Cristiane não conseguiu prestar depoimento, a delegada se baseia em depoimentos de testemunhas para as investigações. Ela também ouviu o porteiro, que alega legítima defesa para as agressões contra a companheira.

"Ele disse que estava cochilando no sofá e que ela teria ido agredi-lo com um objeto, só que ele não tem nenhuma marca. Ele fala que só foi se defender", afirma a delegada.

A cabeleireira ficou em coma por três semanas - Arquivo Pessoal

Giovani foi preso no dia 8, no trabalho, em Copacabana. A delegada espera ouvir ainda mais algumas pessoas e também aguarda o laudo da necrópsia para finalizar o inquérito. Ela diz que vai pedir a prisão preventiva do porteiro e que, de acordo com o resultados, vai indiciá-lo por feminicídio (crime de ódio baseado no gênero, amplamente definido como o assassinato de mulheres).

"Ele já foi preso em flagrante em 2010 por lesão corporal pela Lei Maria da Penha (violência doméstica) contra uma outra mulher. Na ocasião, ela também chegou a ser hospitalizada por causa da lesão", conclui a delegada.

O porteiro foi preso no trabalho, no último dia 8 - Divulgação / Polícia Civil

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