Limachem Cherem (com o microfone) comanda há anos a festa que lembra o Dia Nacional do Circo, na Praça Onze - Divulgação
Limachem Cherem (com o microfone) comanda há anos a festa que lembra o Dia Nacional do Circo, na Praça OnzeDivulgação
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Nesta quarta-feira tem espetáculo? Tem sim senhor! E tem mesmo. Será na Praça Onze, antigo reduto circense da cidade. Em comemoração ao Dia Nacional do Circo, palhaços, malabaristas, equilibristas, homem-vulcão, mágicos, ventríloquos e outros artistas, se apresentarão entre as 10h às 16h, sob uma lona que será estendida no local.

"As apresentações serão gratuitas e uma ótima oportunidade para o carioca rir um pouco, diante desse momento conturbado, com tanta violência, que atravessamos. Os shows serão apresentados por integrantes de tradicionais famílias circenses, que ajudam a manter viva a chama da magia desse tipo de espetáculo secular", afirma o ator Limachem Cherem, de 63 anos, organizador do evento, e que interpreta o Palhaço Cherem. Ele divide picadeiros com as filhas, Sluchem e Slanny, de 28 e 20 anos, respectivamente, que encarnam as palhaças Repita e Carequita.

Limachem não esconde a emoção ao relembrar sua trajetória de picadeiro, onde atuou por mai de 20 anos ao lado de Carequinha (George Savalla Gomes, o palhaço mais famoso que o Brasil já teve, e que morreu em 2006, aos 90 anos). "Essa homenagem será em sua honra e também à de todas as famílias circenses itinerantes do Brasil, sobretudo às do Rio de Janeiro, que lutam pela Lei do Alvará anual", ressalta Cherem.

A proposta da lei visa adequar as companhias do setor às exigências governamentais para realização de suas turnês ou espetáculos. "A lei garantirá que os circos circulem com mais facilidade e com menos gastos, além de proporcionar maior segurança ao público", detalha.

O dia 27 de março foi escolhido como Dia Nacional do Circo em homenagem a outro palhaço: Abelardo Pinto, conhecido popularmente como Piolin, que nasceu nessa data, em 1897. Piolin era considerado um grande palhaço, que se destacava pela criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista.

O evento tem apoido do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED-RJ), da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC) e da Secretaria Municipal de Cultura (SMC).

Na corda bamba

De acordo com a Associação Brasileira do Circo (Abracirco), burocracias com documentações, escassez de terrenos, com aluguéis altos dos que ainda estão disponíveis (chegam a custar até R$ 25 mil por mês), taxas de ocupação exorbitantes, ausência de políticas de apoio circense e até vendavais são alguns dos motivos para a redução da quantidade de circos, que não passam de 2 mil no país.

“Estimamos que os circos ainda de pé atraiam um público mensal de 1 milhão de espectadores e empreguem 35 mil profissionais diretamente. Podia ser, no mínimo, o dobro”, disse o presidente da associação, José Leite, em entrevista ao DIA recentemente.

Programação

10h – Abertura com show de artistas de circo (Mestre de pista, malabarista, equilibrista, mágico, palhaços, homem-vulcão e ventríloquo)

11h30 às 13h – Intervalo

13h – Roda de Conversa de Circo

15h – Segunda apresentação do show com artistas de circo

 

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