Priscila ficou bastante machucada com as agressões - Arquivo Pessoal
Priscila ficou bastante machucada com as agressõesArquivo Pessoal
Por RAI AQUINO

Rio - O que era para ser uma comemoração de vizinhos acabou em uma sessão de espancamento ao longo do domingo de 24 de fevereiro. Depois de um churrasco de moradores do bairro Califórnia, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a agente de atendimento Priscila Lacerda Reis, de 36 anos, foi espancada pelo ex-namorado Bruno dos Santos Teixeira, 31, que é estagiário do Fórum de Belford Roxo, também na Baixada.

"Ele veio visitar o nosso filho, mas tinha um churrasco da vizinhança e resolveu ficar e se inteirando com o pessoal", Priscila conta. "Já de noite, uma amiga me chamou para ir a um bar que tem música ao vivo e ele quis ir junto".

Bruno foi preso nesta segunda durante o trabalho - Arquivo Pessoal

A agente de atendimento diz que ali começou uma pequena discussão, já que ela queria levar o filho do casal, de seis anos, com eles. Bruno relutou e acabou convencendo Priscila a deixar o menino com a mãe dele.

"Lá no bar ele bebeu muito, tentou me agarrar e eu tive uma crise de choro. Fui para fora do bar, ele subiu na moto de um amigo e saiu, me deixando sozinha", a agente relembra. "Ele voltou depois em um carro de aplicativo e eu disse que iria com ele só para pegar meu filho".

Priscila ficou bastante machucada com as agressões - Arquivo Pessoal

Mas não foi isso que aconteceu! Durante o caminho, Bruno tentou agarrar novamente a agente e quando o carro passava pela Via Dutra (BR-116), na altura da Rio Sampa, pediu para o motorista parar o veículo. Os dois desceram do automóvel e o estagiário começou a agredi-la.

"Ele me pegou pela nuca e me jogou no chão. Ralou a minha cara e dizia que não ia me deixar roxa para o exame de corpo de delito não detectar marca da mão dele. Ele dizia 'vou te matar e você não vai ver seu filho crescer'. Essa frase não sai da minha cabeça", ela lembra.

Priscila ficou bastante machucada com as agressões - Arquivo Pessoal

Priscila conta que tentou fugir correndo por uma passarela da vai expressa, mas não conseguia ir muito longe. Ela diz ter tido a impressão de que ele iria jogá-la no meio da pista para que fosse atropelada e parecer que tinha morrido por causa de um acidente.

"Ele pediu um novo carro de aplicativo para irmos para a casa da mãe dele e disse que chegando lá eu iria tomar banho e dormir para no dia seguinte conversarmos sobre o que tinha acontecido", afirma.

Lá, as agressões continuaram! Priscila gritou dentro do banheiro e a mãe, o pai e o filho do casal foram até eles. A agente conta que o ex perdeu o controle totalmente e correu atrás dela no meio de todo mundo. Ela conseguiu se prender no carro da família com a mãe e o pai dele e eles a levaram para a Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) de Nova Iguaçu, onde foi feito um boletim de ocorrência e a determinação de medida protetiva contra Bruno.

Priscila ficou bastante machucada com as agressões - Arquivo Pessoal

O estagiário foi preso nesta segunda-feira, enquanto trabalhava no Fórum de Belford Roxo. A titular da Deam de Nova Iguaçu afirma que a prisão preventiva dele não aconteceu por ele ter descumprido a medida protetiva.

"Ele foi esperto porque não a descumpriu, mas indiretamente sim. Ele postou uma declaração no Facebook inventando uma história ridícula de que ela tinha caído, que foi para cima dele e ele se defendeu... no fundo, ele estava a ameaçando", afirma a delegada Monica Areal. "A gente trabalhou muito no fim de semana e o Poder Judiciário foi muito parceiro porque nos atendeu prontamente".

A titular da Deam da Nova Iguaçu já fechou o inquérito do caso e indiciou Bruno por lesão corporal. Se condenado, ele pode pegar de três meses a um ano de prisão.

"A autoria já está mais do que comprovada e a materialidade (das provas) também", finaliza a delegada Monica.

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