Caso aconteceu quando o militar estava à frente do comando do extinto Grupo de Prevenção e Estádios - Divulgação / Corpo de Bombeiros
Caso aconteceu quando o militar estava à frente do comando do extinto Grupo de Prevenção e EstádiosDivulgação / Corpo de Bombeiros
Por ADRIANA CRUZ

Rio - "Ele não aceitava negativa como resposta. (...) O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro era uma 'roda gigante'", descreveu a juíza da Auditoria da Justiça Militar, Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, sobre o comportamento do tenente-coronel Carlos Marcelo Corrêa de Mello Silva, que obrigava os subordinados a pegarem empréstimos bancários e repassá-los para sua conta. O texto é um trecho da decisão que condenou Corrêa a 15 anos de prisão. O advogado do militar, Adilson Libanio da Cruz, recorreu e ele responde em liberdade.

O oficial seria especialista em contar histórias tristes envolvendo até mesmo a mãe, já idosa, e se aproveitava da alta patente para pressionar a tropa a emprestar dinheiro. E não era qualquer trocado. Os valores variavam de R$ 5 mil a R$ 20 mil. Corrêa contaria ainda com a ajuda de funcionários de um banco privado para saber a margem de crédito dos militares na instituição. Pelo menos, sete casos chegaram à Justiça e resultaram em dois processos. No primeiro, ele foi condenado a dois anos de detenção. Agora, a 15 anos de reclusão.

Segundo depoimentos no Inquérito Policial Militar ao qual O DIA teve acesso, em 2009, quando estava à frente do comando do extinto Grupo de Prevenção e Estádios, no Maracanã, Corrêa usava a boca de ferro — como é chamado o auto-falante do quartel — para convocar os subordinados ao seus gabinete. O chamado provocava calafrios em praças e oficiais porque, de portas fechadas, ele anunciava que precisava de ajuda financeira.

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