Explosão na CSN assustou moradores de Volta Redonda e deixou sete feridos no interior da Usina Presidente Vargas - Imagem cedida por Renan Cury
Explosão na CSN assustou moradores de Volta Redonda e deixou sete feridos no interior da Usina Presidente VargasImagem cedida por Renan Cury
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Pelo menos sete metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foram receberam atendimentos de emergência no Hospital da Clínicas (antigo Vita), no início da noite deste sábado, depois que uma forte explosão, seguida de densos rolos de fumaça cinza, assustou moradores em diversos pontos de Volta Redonda, no Sul Fluminense. De acordo com nota enviada à imprensa local, a empresa informou que uma suposta "reação química" na Aciaria da Usina Presidente Vargas (UPV), causou o que chamou de "incidente".

De acordo com a direção da siderúrgica, os colaboradores foram levados apenas por precaução ao hospital, por terem inalado, em sua maioria, fumaça, provocada pelo deslocamento de ar no setor, onde o ferro gusa é transformado em aço. Apenas um dos metalúrgicos teria ficado internado, em observação. Ele vai passar por outros exames ao longo desta noite. O texto informa ainda que a empresa já iniciou a investigação das causas.

Sindicalistas de Volta Redonda reivindicam, desde 2017, que os órgãos de fiscalização e prevenção de acidentes, além de agentes da Justiça e de defesa do Meio Ambiente, passem a fiscalizar mais de perto as operações da CSN. A intenção, segundo eles, é prevenir ocorrências de mortes e acidentes que, segundo registros, vêm se repetindo com mais frequência no interior usina, principalmente a partir de 2015. Há um ano, outras duas explosões em acidentes semelhantes - uma delas provocada por falha mecânica em um dos quatro regeneradores do Alto-Forno 3 -, num espaço de menos de 20 dias uma da outra, também levaram pânico aos trabalhadores e moradores. Na ocasião, não houve feridos graves.

A Oposição Metalúrgica vem pedindo insistentemente a reinstalação do Programa Acidente Zero (PAZ), extinto com a privatização da CSN, em 1993.  Através do PAZ, uma comissão que integrava trabalhadores, líderes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), e representantes do sindicato, tinha acesso a todo o processo de produção dentro da empresa. A comissão, inclusive, tinha autonomia para acionar o Ministério Público, fiscais do Ministério do Trabalho e até a polícia, se fosse necessário, e parar equipamentos que apresentavam sinais de problemas. "Hoje, a prevenção está a Deus dará", lamentou o sindicalista Tarcísio Xavier, recentemente. 

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