Assessora estava no carro com Marielle e Anderson GomesReprodução / TV Globo
Por O Dia
Publicado 11/03/2019 07:47 | Atualizado 12/03/2019 09:33

Rio - A poucos dias das execuções de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completarem um ano, a assessora da vereadora deu uma entrevista relembrando os assassinatos. Fernanda Chaves estava no carro que foi alvejado com mais de 10 tiros no Estácio, a região central do Rio. 

"Lembro que fui depor na delegacia, imediatamente após o crime, abraçada... pedi pro meu advogado sentar atrás do meu carro e fui abraçada e praticamente abaixada. Tinha a sensação de que a qualquer momento ia vir uma rajada de metralhadora pela janela. Dentro da minha casa eu não passava pela janela", a jornalista relembrou, em entrevista concedida ao Fantástico.

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Sobre as linhas de investigação do crime, Fernanda disse não "ousar apostar em nenhuma das linhas", afirmando que o mandato de Marielle estava ligado a questões de gêneros e de violência contra a mulher.

"A Marielle incomodava (...) a Marielle despertava ódio nos machistas, nos racistas... tinham alguns vereadores que se incomodavam de ter uma mulher favelada, negra, mulher, naquele espaço. Tinha gente que não gostava de entrar no elevador com a Marielle ou com parte da assessoria dela", afirmou, dizendo que a atuação da vereadora não tinha as milícias como alvo. "Ela não se indispôs (com milicianos), ela não teve um problema específico que pudesse ter engatilhado uma situação que culminasse com o assassinato dela".

Momento em que Marielle tomou posse na Câmara do RioRenan Olaz / Câmara Municipal do Rio

Logo depois do crime, a jornalista entrou em um programa de proteção a pessoas de risco da Anistia Internacional, indo morar com a família na Europa. De volta ao país, ela diz ter "alguns receios" sobre o crime.

"Não é possível q a gente vá continuar passando vergonha no mundo, que é o que tá acontecendo agora, de não responsabilizar os criminosos por esse crime bárbaro", criticou.

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