Rio - O Laboratório de Dados sobre violência armada Fogo Cruzado mapeou 772 tiroteios/disparos de arma de fogo no Grande Rio, uma média de 24 registros por dia no mês de março. Em fevereiro, foram 662 registros no Grande Rio, um crescimento de 17%. A Praça Seca foi o bairro líder nos registros, com 46 ocorrências, o que representa quase 10% dos casos. O último mês em que o bairro havia sido "campeão" em tiros foi em maio de 2018, com 48 registros.
O número de atingidos por bala perdida este mês continua alto, apesar de ter uma vítima a menos que o registrado em março de 2018: foram 17 (destes, 5 mortos) este ano e 18 (destes, 7 mortos) ano passado.
Houve 481 tiroteios/disparos de arma de fogo na cidade do Rio em março de 2019 – um aumento de 4% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 462. O Complexo do Alemão segue no topo do ranking de áreas com UPP com mais registros de tiroteios/disparos de arma de fogo (31), seguido de Complexo da Penha (25), Macacos (13), Complexo de Manguinhos (12) e Vidigal (10).
Os municípios que ocupam os três primeiros lugares no ranking com maior número de tiroteios/disparos de arma de fogo este mês, tiveram aumento nos registros em relação à fevereiro, são: Rio de Janeiro (+23%), Belford Roxo (+18%) e São Gonçalo (+18%).
A Zona Norte da capital segue como região do Grande Rio com mais registros de tiroteios/disparos de arma de fogo em março (230). A área representa 30% de todos os registros da Região Metropolitana neste período. No entanto, a Baixada Fluminense concentrou 39,5% dos mortos por tiros — 49 no total.
Em março, 19 agentes de segurança foram baleados no Grande Rio e seis morreram. Destes, cinco foram mortos fora de serviço. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma redução de 45% na morte de agentes de segurança — foram 27 agentes baleados, sendo 11 mortos.
Balas perdidas
Dezessete pessoas foram vítimas de bala perdida este mês no Grande Rio e cinco morreram. Entre as vítimas fatais, Ana Maria Vieira de Souza, 54 anos, atingida dentro de casa, no dia 3 de março, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, em tiroteio durante ação policial na região. No mesmo período do ano passado, 18 pessoas foram atingidas — destas, sete morreram.
Em março, cinco adolescentes foram baleados no Grande Rio — destes, três morreram, entre eles Kauan Ramiro, 14 anos, baleado durante o Carnaval em Marechal Hermes, Zona Norte, e Kauan Peixoto, 12 anos, baleado durante ação policial em Mesquita.
Três idosos morreram baleados na Região Metropolitana do Rio este mês e duas vítimas foram vítimas de bala perdida, como Maria do Carmo Loyola, de 63 anos, atingida no primeiro dia primeiro dia do mês, no bairro Shangri-lá, em Belford Roxo, Baixada Fluminense. O mês de março teve nenhum registro de casos com três ou mais civis mortos em uma mesma situação. No mesmo mês do ano passado, foram sete registros com 30 mortos no total.
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