Água que desceu do Morro da Babilônia formou uma
Água que desceu do Morro da Babilônia formou uma "cachoeira" nas pedras do jardim da UnirioReprodução
Por *LUIZ FRANCO

Rio - O temporal que atingiu o Rio nesta segunda-feira deixou fortes estragos na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), principalmente no campus que abriga o Centro de Letras e Artes (CLA), na Urca, Zona Sul do Rio. Dezenas de pessoas, entre alunos, docentes e funcionários, ficaram ilhados desde a noite de segunda-feira e só conseguiram voltar para casa pela manhã. As aulas desta terça e quarta-feira foram canceladas.

No campus da Voluntários da Pátria, a água entrou no prédio e formou pontos de vazamento, mas os danos foram menores.

O Instituto Villa-Lobos, onde funciona o curso de Música, na Avenida Pasteur, ficou alagado e teve diversos instrumentos e computadores danificados ou destruídos. O mesmo ocorreu com salas importantes de outros cursos, como a sala que abriga o departamento de cenografia, da Escola de Teatro, cujas janelas foram invadidas pela água que descia do Morro da Babilônia.

A água da chuva desceu pelo morro e não encontrou escoamento, chegando a gerar uma "cachoeira" nas pedras do jardim da faculdade.

Prédio da Unirio foi atingido por água que desceu do Morro da Babilônia e não encontrou escoamento - Reprodução WhatsApp

Os danos totais não foram estimados e a reitoria ainda não se posicionou oficialmente. Pelo telefone, o vice-reitor, Ricardo Cardoso, que também passou a noite ilhado e só voltou para casa por volta das 5h30, afirmou que "profissionais da parte da limpeza e da manutenção estão lá para determinar o que tem que ser feito nesse momento". 

Às 8h44, o Diretório Central Acadêmico (DCE) da Unirio postou uma nota oficial no Facebook cobrando um posicionamento da reitoria. Por volta das 10h20, o setor de transportes da faculdade disponibilizou um ônibus para transportar os estudantes, mas a maior parte já tinha conseguido voltar para casa. 

Prédio da Unirio foi atingido por água que desceu do Morro da Babilônia e não encontrou escoamento - Reprodução WhatsApp

"Quando percebemos a gravidade da chuva, era por volta das 18h e a gente estava em aula", conta Alisson Reis, 22, estudante de Teatro que passou a noite no campus e só voltou para casa de manhã. "Teve um momento em que a água, dentro da faculdade, estava na altura do joelho", completa. "Ficamos lá correndo o risco de descer mais água, de acontecer mais alguma coisa". 

"Encheu num nível que eu nunca tinha visto", afirma o diretor da Escola de Teatro, Luiz Henrique Sá. "Caiu lama no fosso do elevador, e o prédio de Teatro, mesmo sendo uma construção um pouco mais alta, ficou alagado". O professor explica que o problema é recorrente, mas não nessa proporção. "O departamento de cenografia foi o mais atingido. O prédio fica bem encostado no Morro da Babilônia, então a água desceu a bateu no segundo andar com tal força que quebrou as janelas. Todo o material foi danificado, mas graças a Deus não tinha ninguém ali". Luiz também ficou ilhado e mandou abrir salas para abrigar alunos e funcionários na mesma situação. Ele só conseguiu voltar para casa às 7h30 desta terça-feira.

O Centro Acadêmico da Escola de Teatro informou que será organizado um mutirão de limpeza nesta quarta-feira, às 10h. "Entende-se que a pronta recuperação de nossos espaços destruídos vai depender do esforço de todos. Levem panos, baldes e produtos de limpeza", convocou, em nota oficial. 

*Estagiário sob supervisão de Thiago Antunes

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