Rio - Relações institucionais de uma empresa carioca, Caio Cunha viveu o que o Rio tem de melhor e pior em apenas algumas horas. Seu filho estava em um ônibus que seguia, com cerca de 30 crianças, para uma festa de aniversário. A chuva, forte demais àquela altura, obrigou o motorista a parar no Lagoon, na Lagoa. Foi ali, embaixo da cobertura, que os pais do aniversariante se abrigaram com todas as meninas e todos os meninos.
"Assim que soube, fui para lá de moto, uma aventura à parte. Consegui chegar por volta das 21h. As crianças muito agitadas, algumas nervosas, várias molhadas... Uma situação difícil de controlar. A brava mãe do aniversariante, Mari, fazia o que podia. Notando que a situação podia perdurar, lá pelas 23h decidimos tentar buscar apoio no local", contou Caio em sua página no Facebook.
As cenas que sucederam tal decisão uniram, em um mesmo lugar, atitudes opostas: "Fomos ao Cinépolis Lagoon para tentar abrigar as crianças no lobby, que tem sofás e pufes, ou até em uma das salas de cinema. O gerente foi taxativo: 'Fechamos meia-noite, ninguém pode ficar aqui depois disso'. Depois de gastar R$ 90 em pipoca para saciar a fome de uma pequena parte da criançada, perguntei se pelo menos a pipoca que iria para o lixo poderia ser cedida às crianças no final do expediente. Mas ele disse que não".
A saída foi tentar a sorte no Blue Note Rio, que também fica no Lagoon: "Daniel Sztajnberg abriu as portas da casa para que as crianças pudessem se acomodar nos sofás em um local mais fechado e protegido. Por volta da meia-noite e meia as crianças foram o show da noite, que perdurou até as 4h da manhã. Fica meu agradecimento pela solidariedade e por mostrar o que é ser uma empresa socialmente responsável. Não esqueceremos a acolhida!".
O carinho ainda teve sabor de molho à bolonhesa: um restaurante do local serviu pratos de massa para a criançada.
