Expansão irregular sobre área verde e mananciais em Rio das Pedras vem sendo denunciada pelo biólogo Mário Moscatelli há anos - Mário Moscatelli
Expansão irregular sobre área verde e mananciais em Rio das Pedras vem sendo denunciada pelo biólogo Mário Moscatelli há anosMário Moscatelli
Por O Dia

Rio - A milícia de Rio das Pedras já teria até 'embargado' obras e ações que poderiam trazer melhorias da qualidade de vida dos cerca de 70 mil moradores daquela região da Zona Oeste. O assunto veio à tona durante apresentação, na Câmara de Vereadores do Rio, de estudos da UFRJ e Fiocruz que ajudariam no controle de enchentes. Um dos slides, conforme revelou o jornalista Rubem Berta em seu blog, apareceu no telão com a inscrição 'Projeto interrompido por ordem dos milicianos!'.

Em 2017, integrantes da antiga associação de moradores se afastaram, de repente, do mutirão envolvendo líderes religiosos, ONGs e outros voluntários, para construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e instituição de coleta seletiva de lixo.

"A nova diretoria abandonou o projeto. Era um recado claro dos paramilitares. Por isso, também nos afastamos", comentou X., de 49 anos, um dos voluntários. De acordo com ele, a milícia teria avisado que as ideias contrariavam planos de expansão ilegal de imóveis".

O vereador Tarcísio Motta (PSOL) se surpreendeu. "É novidade. Vamos cobrar mais empenho do governo do estado nas investigações e fazer constar o fato no relatório final da CPI das Enchentes. A ousadia prova os alertas que temos dado: o poder paralelo age livremente e influência negativamente no cenário estrutural da cidade. Nesse caso, embargando até projetos que poderiam minimizar enchentes". 

O biólogo Mário Moscatelli, que faz fotos aéreas de regiões degradadas desde 1997, atesta que Rio das Pedras é a que mais cresce ilegalmente. "A expansão galopante e desordenada continua beneficiando grupos privados e políticos, sem investimento mínimo em habitação descente por parte do Poder Público", lamenta.

Procurados pelo DIA, representantes do governo do estado, prefeitura e polícias Civil e Militar não comentaram o assunto. 

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