Governador comentou sobre o episódio envolvendo os militares - Reprodução / TV Globo
Governador comentou sobre o episódio envolvendo os militaresReprodução / TV Globo
Por O Dia

Rio - Depois de afirmar que não iria fazer "juízo de valor" sobre o episódio do carro metralhado por militares do Exército em Guadalupe, o governador Wilson Witzel (PSC) disse, nesta quinta-feira, que a atuação dos militares foi um "erro grosseiro". O veículo com cinco pessoas de uma mesma família foi atingido por pelo menos 80 tiros no bairro da Zona Norte do Rio, no domingo.

Na ocasião, o músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, morreu na hora, seu sogro, Sérgio Araújo, que estava no banco do carona, também foi baleado e o catador Luciano Macedo, que passava pelo local, ficou gravemente ferido.

"Manifesto os meu sentimentos (aos familiares das vítimas) pelo erro grosseiro que foi praticado pelos militares. Eu não me manifestei até agora porque estava aguardando (as investigações). Não sou um cidadão comum, sou um governador de Estado. Não posso sair acusando o Exército de praticar um ato abominável. Só aguardei que a Justiça Militar se manifestasse para que eu pudesse como governador me manifestar", Witzel tentou se defender das críticas que recebeu, em entrevista ao "Bom Dia Rio".

O músico morto foi enterrado nesta quinta sob forte comoção - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Na tarde desta quarta-feira, em audiência de custódia na Justiça Militar, nove dos dez militares que estavam presos por terem feito os disparos tiveram as prisões temporárias convertidas em prisões preventivas. O décimo foi liberado.

Snipers estão atuando

O governador confirmou que atiradores de elite, os snipers, já estão atuando no estado. Witzel, no entanto, disse que não faz a menor ideia de quantas pessoas já foram mortas e que não faz parte do seu trabalho saber dos mortos pela PM. 

“Já estão atuando. Não faço a menor ideia de quantos já foram mortos. Não faz parte do meu trabalho acompanhar quem são os mortos pela Polícia Militar. Quem tem de fazer isso é o Ministério Público", disse.

Ele defendeu que o papel é do Ministério Público e que cada instituição tem um papel. "Os autos de resistência estão à disposição da instituição, cada um tem seu papel constitucional. O meu é fazer a polícia funcionar, é dar instrumentos para que ela tenha condições de operar, com material, com homens, com treinamento". Witzel acrescentou que seu dever é fiscalizar se a PM recebe treinamento. "É meu dever fiscalizar se a PM está dando treinamento, está orientando os homens, se está com viatura, se está funcionando. É fazer funcionar. Quem tem de investigar, fazer o controle externo das mortes é o Ministério Público", disse.

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