Pimpolho foi preso na ação  - Reprodução TV Globo
Pimpolho foi preso na ação Reprodução TV Globo
Por ADRIANO ARAÚJO

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) fez uma ação, na manhã desta quinta-feira, que mirou uma quadrilha formada por PMs, policiais civis, guardas municipais e empresários que atuam em Casimiro de Abreu, no interior do estado. A ação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), chamada de "Top Up", contou com o apoio da Polícia Militar e do Detran e cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra o bando que toma veículos ilegalmente com o intuito de obter vantagens indevidas na liberação. Outra quadrilha, liderada por um PM da reserva, foi alvo pelo crime de tráfico de drogas. Treze pessoas foram presas, entre elas sete policiais militares. 

Nove das prisões foram em cumprimento a mandados de prisão, além de outras três prisões em flagrante por porte de arma e uma por peculato. Também foram apreendidos R$ 115 mil em espécie.

O esquema é liderado pelo policial militar Vander Salgueiro Veiga, junto com Washington de Oliveira Magalhães, conhecido como Pimpolho, e Luiz Rogerio Batista Machado, respectivamente responsável legal e gerente do depósito de veículos. Segundo o Gaeco, os criminosos definiam quais veículos deveriam ser levados para o depósito e quais deveriam ser liberados com o pagamento de propina. Pimpolho é um dos presos hoje. 

De acordo com a denúncia, Vander utilizava-se da condição de PM e chefe da 3ª Companhia Integrada (CIA) de Rio das Ostras para "solicitar, receber e dar vantagem indevida consistente na liberação ilegal de veículos apreendidos". Já Pimpolho era responsável por mandar trocar peças boas de veículos apreendidos por peças danificadas.

A Vara Única de Casimiro de Abreu recebeu duas denúncias (uma por formação de organização criminosa, peculato e corrupção passiva, e outra por associação para o tráfico) e o Juízo da Auditoria Militar aceitou denúncia, por formação de organização criminosa e corrupção passiva contra os policiais militares da ativa envolvidos. No total, 17 pessoas foram denunciadas, entre elas oito policiais militares da ativa e um da reserva, um policial civil e um guarda municipal de Casimiro de Abreu.

Em nota o Detran informou que foi solicitado apoio para a operação. "A operação não foi realizada em um depósito do Detran e não há nenhum servidor do órgão envolvido. Foi solicitado ao departamento auxílio nas análises de possíveis irregularidades envolvendo veículos no pátio de operações. Dois agentes da Corregedoria do Detran atuaram na inspeção dos veículos que traziam indícios de ilicitude, ou seja, que figuravam como objetos de possíveis roubos, furtos, ou até clonagens".

PM da reserva denunciado por tráfico

Ao longo da investigação, também foi identificar a existência de uma quadrilha liderada pelo policial militar da reserva Luiz Claudio Cardoso de Oliveira, chamado de "Velha Guarda", que praticava o tráfico de drogas. A denúncia relata que as interceptações telefônicas flagraram Luiz Claudio negociando grandes quantidades de cocaína com Thais de Souza e com Henrique Martins Dias. Os três foram denunciados por associação ao tráfico.

A ação conta com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Corregedoria da Polícia Militar, da Coordenadoria de Inteligência da PM e do Detran.

Em nota, a PM disse que a corporação teve "participação decisiva" na operação, desde o início da investigação. "Demonstra que o Comando da Corporação não só repudia como combate com todo o rigor qualquer desvio de conduta de policiais militares".

"Além de acompanhar o processo na Justiça comum após a denúncia do Ministério Público contra os acusados, a Corregedoria da PM instaurou Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a participação dos membros da corporação na organização criminosa", diz o texto.

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