Equipe de karatê de Barra Mansa, que sonha em participar de campeonato brasileiro no Sul do país: treinos e vendas de rifas - Francisco Edson Alves/ Agência O DIA
Equipe de karatê de Barra Mansa, que sonha em participar de campeonato brasileiro no Sul do país: treinos e vendas de rifasFrancisco Edson Alves/ Agência O DIA
Por FRANCISCO EDSON ALVES

Rio - Contando apenas com pequenos e isolados apoios, um grupo de oito atletas de Karatê, de 16 a 23 anos, ligados a um projeto social de três bairros da periferia de Barra Mansa, no Sul Fluminense, tem comovido quem passa pela Praça da Matriz, no Centro da cidade. É que após os exaustivos treinos, os jovens, ligados à Academia BlackBelt Center, vão, literalmente, a outro tipo de luta: vender rifas para  arrecadar recursos financeiros que possam propiciar a participação do elenco na 20ª edição do Campeonato Brasileiro de Karatê-Do Shotokan. A competição, organizada pela Japan Karate Association (JKA) do Brasil, será de 2 a 5 de maio, em Porto Alegre (RS).

“É um sonho deles. Os nossos caratecas já participaram de outras competições nacionais, inclusive vencendo e conseguindo outras boas colocações. Têm potencial. Só não têm grana suficiente para bancar uma viagem como essa para o Sul do país”, lamenta Walace Freitas, de 40 anos, dono da academia. “Sei que vamos fazer bonito lá. Podem confiar”, apela Adriel Felix, 19. “Quem nos ajudar e for sorteado na rifa, ganhará um R$ 200 em compras na loja Empório dos Grãos, especializada em alimentação saudável”, propagandeia Dyeine de Oliveira, 17.

Além da rotina de vender rifas, os jovens também têm vendido pertences pessoais - um deles conta que se desfez até de um tênis - e criaram uma "vaquinha online" (www.vakinha.com.br/vaquinha/xx-campeonato-brasileiro-de-karate-jka?) para tentarem angariar R$ 2 mil. “Batalhamos de todas as formas. Obrigado pelo apoio, mesmo que seja na torcida ou em suas orações. Combateremos um bom combate”, diz um trecho do texto nas redes sociais.

O metalúrgico José Pedro Nascimento, de 52 anos, se dispôs a ajudar os atletas. “O que mais me impressiona é saber que esses meninos e meninas vão participar de uma competição de alto nível, elevando o nome do município, inclusive internacionalmente, e ainda são obrigados a chegar a esse ponto, de pedir ajuda nas ruas. O esporte brasileiro está agonizando”, lamentou.

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