Um preso morreu no último dia 10 na Cadeia Pública Juíza Patrícia Acioli, em São Gonçalo - Reprodução Internet
Um preso morreu no último dia 10 na Cadeia Pública Juíza Patrícia Acioli, em São GonçaloReprodução Internet
Por MARIA INEZ MAGALHÃES

Rio - Mais três presos da Cadeia Pública Paulo Roberto Rocha, no Complexo Penitenciário de Gericinó, estão internados na UPA do local, desde que casos de meningite meningocócica foram constatados na unidade. As internações aconteceram 48 horas depois que dois detentos da cadeia morreram, um deles vítima da doença. Também dois dias depois, um preso da Cadeia Pública Patrícia Acioli, em São Gonçalo, faleceu. A causa seria pneumonia, elevando para três o número de mortes nos sistema penitencário do estado em apenas 48 horas apenas da região metropolitana.

As informações constam de documento do dia 12 de abril das secretarias de Saúde do estado e do município ao qual O DIA teve acesso. As duas pastas foram notificadas dos óbitos no dia seguinte às mortes, dia 9 e, no dia 10, equipes de ambas as secretarias estiveram no complexo penitenciário para invetigar os casos e adotar medidas de controle e prevenção da doença. A Secretaria de Administração Penitencária (Seap) também apuraos casos.

O primeiro óbito foi do preso P.H.C.P.B, de 30 anos, da Paulo Roberto Rocha. De acordo com documento das secretarias de Saúde, no Instituto Médico-Légal (IML) foram constatadas petéquias (manchas vermelhas) pelo corpo e nas vísceras do detento, no entanto, o documento não relata a causa da morte porque não houve amostra de sangue ou liquor adequadas para a análise. P. já foi levado para a UPA de Gericinó dia 8 onde deu entrada às 3h19 já morto.

A segunda morte, essa por meningite, foi do preso J.G.S.N., de 21, também na Paulo Roberto Rocha. Ele deu entrada na UPA de Gericinó às 17h, do dia 8, com rigidez na nuca, evolui para choque morrendo às 21h10. No IML, foi constatada secreção purulenta no cérebro e exames de sangue. Resultado laboratorial detectou meningitidis, sorogrupo C. (?)

J.M.M.S.N., de 21 anos, e L.G.C.M,, de 23, da Paulo Roberto Rocha, estão internados na UPA de Gericinó onde deram entrada com febre,cefaleia, vômitos, rigidez de nuca e petéquias, mas apresentam melhora em seus quadros de saúde, segundo o relatório das secretarias de Saúde do estado e do município. O exames de ambos, de acordo com o documento, deram negativos para meningite.

Já os exames de AAA, de 18 anos, ainda estão em andamento. Ele é preso também da Paulo Roberto Rocha e está na UPA do complexo penitenciário desde o dia 11 quando apresentou quadro de cefaleia e febre.

Morte também em São Gonçalo

Dois dias depois das duas mortes em Gericinó, o sistema penitenciário resgistrou o óbito de um preso da Cadeia Pública Juíza Patrícia Acioli, em São Gonçalo, dia 10. O preso L.C.L.F., de 29 anos, foi levado para a UPA de Gericinó dia 10, 00h30, com quadro convulsivo. De acordo com o documento das secretarias de Saúde, ele morreu às 17h33 do mesmo dia. Resultado do exame apontou pneumoniase.

No dia seguinte a essa morte, O DIA noticiou que os presos da unidade não seriam apresentados à justiça por problemas de saúde e que a cadeia, com 1.800 internos, está de quarentena até o dia 24 por suspeita de surto de meningite bacteriana e pneumonia. A Seap informou ainda que a morte do preso está sendo apurada para saber se tem a ver com as doenças e que todos os procedimentos estão sendo tomados e os protocolos de segurança de saúde acionados.

Apesar dos casos, as secretarias de Saúde não recomendaram quarentena, nem a suspensão das atividades dos presos, assim como a entrada de novos detentos nas unidades ou transferências , mas recomendou medidas para evitar a transmissão da doença de acordo com protocolos do Ministério da Saúde, o que, segundo documento, já havia sido feito pela Seap.

Procurada, a Seap informou que, até o momento, apenas uma morte na unidade Paulo Roberto Rocha, em Gericinó, foi confirmada como morte por meningite e que aguarda laudo do IML sobre as outras duas mortes. A secretaria disse ainda que a Paulo Roberto Rocha e a Cadeia Pública Patrícia Acioli estão em quarentena e todas as previdências estão sendo tomadas na forma de profilaxia e que a coordenação de saúde da Seap está de plantão 24 horas.

Você pode gostar
Comentários