Produtores de lúpulo de Nova Friburgo se dizem animados com linha de crédito  - Reprodução de internet
Produtores de lúpulo de Nova Friburgo se dizem animados com linha de crédito Reprodução de internet
Por RENAN SCHUINDT

Rio - O Rio de Janeiro deu um passo para ampliar a produção de cervejas artesanais. Foi anunciada na tarde desta quarta-feira, a criação de linha de crédito rural para exploração do lúpulo, ingrediente que dá sabor e aroma da bebida. No primeiro momento, serão disponibilizados R$ 600 milhões, para pequenos e médios produtores da Região Serrana. Com a medida, o Rio passa a ser o primeiro estado do Brasil a conseguir registro do Banco Central para operar este tipo de crédito. Atualmente, o mercado brasileiro é abastecido por produtos importados. Estima-se que o país deva importar cerca de 4 mil toneladas do grão por ano.

Em Nova Friburgo, cidade que no ano passado foi reconhecida por Lei Estadual, como Polo Cervejeiro Artesanal, a notícia animou produtores e empresários. Um dos primeiros a cultivar o lúpulo na região, Paulo Roberto Cordeiro pretende dobrar sua produção. "Estamos crescendo aos poucos. Temos muitas marcas utilizando nosso lúpulo. Fortifica o nosso movimento e traz mais visibilidade para a região", afirma. Segundo o agricultor, que produz sua própria cerveja, a melhor parte é contar com um grão mais fresco. "No geral, o lúpulo utilizado no Brasil já chega velho. São safras de um ou dois anos. Agora, teremos uma quantidade maior e de melhor qualidade".

Acostumado a utilizar o lúpulo local, o mestre-cervejeiro e empresário Gabriel Thuler Costa, diz que se sente animado com a medida. "Cerca de 20% das nossas cervejas são feitas com o lúpulo friburguense. Cada vez mais tenho introduzido em nossas pesquisas. Os resultados são muito bons". Segundo o jovem, o programa poderá trazer benefícios para várias esferas. "Com o aumento da produção, pode haver redução nos preços. Além de ser um incentivo para o agroturismo. Vai gerar mais oportunidades de rendimento e de avanço tecnológico", diz o dono da cervejaria Alpendorf.

Para Rodrigo Barufa, sócio da Cervejaria OverHop, produzida em Angra dos Reis, a medida é importante, mas ainda está cedo para traçar o impacto no setor. "Considero um grande avanço, mas ainda não é tudo. No caso das cervejarias de maior porte, o impacto só será sentido daqui a alguns anos. Neste primeiro momento a produção beneficiará as microcervejarias, já que, na teoria, o custo poderá ser menor". Ainda segundo Barufa, o investimento ideal deve contemplar as áreas de pesquisa e tecnologia. "É importante investir em estudos. Só assim vamos alcançar outros patamares quando se fala em qualidade".

Para o prefeito de Friburgo, Renato Bravo, a liberação da linha de crédito vai além dos produtores. "O município passa por crescimento exponencial no número de cervejarias e microcervejarias atraídas por lei municipal que concede incentivos fiscais para a produção. Isso estimula nossa economia abrindo postos de trabalho e atraindo turistas".

 

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