Familiares e amigos aguardam no Instituto Médico Legal a identificação dos corpos retirados do destroços dos prédios que desabaram nesta sexta-feira, no condomínio Figueiras do Itanhangá, na comunidade da Muzema. Segundo eles, a dificuldade em reunir documentos dos desaparecidos tem dificultado o processo de identificação e liberação dos corpos.
Rosiane Pereira da Silva é amiga de Zenilda Bispo de Amorim. Ela e o filho, Juan Amorim Rodrigues, de 10 anos, estão entre os desaparecidos. Como mãe e filho não têm parentes no Rio, coube à colega de trabalho a tarefa de reconhecer os corpos. Rosiene está no IML à procura de informações.
"O ex-marido dela e o filho mais velho estão vindo da Bahia. Eles mandaram cópias de documentos via internet, o que ajudou com a parte burocrática. Já o pai do Juan, está no hospital onde o menino nasceu para tentar a segunda via da certidão de nascimento. Pedimos tenham consciência neste momento e busquem formas de agilizar o processo. Os documentos originais dessas pessoas estão debaixo de concreto", desabafou.
Segundo Rosiane, Zenilda e o filho moravam há cerca de 2 anos em um dos prédios que desabou e ainda estava pagando as parcelas do imóvel.
Já Ruan Carlos Neves Barroso aguarda pela liberação dos corpos do cunhado, Raimundo Nonato Nascimento, e do sobrinho, Pedro Lucas, de 8 anos. A irmã, Paloma Paes Leme, está internada no Hospital Miguel Couto, assim como o filho mais novo, Rafael, de 4 anos. O drama da família também se concentra nas buscas por outros dois desaparecidos: Lauana, de 16 anos e Isaque, de 14. Os dois são filhos de Paloma.
"Eles estavam muito felizes, pois tinham acabado de se mudar", disse Ruan.
A mãe de Raimundo também esteve no IML. Emocionada, Rosa Bezerra do Nascimento disse que não chegou a visitar o apartamento da família, mas que o filho estava satisfeito por ter saído do aluguel. "Ele me ligou e disse que tinha comprado o imóvel. Não cheguei a visitar, mas ele tinha realizado o sonho da casa própria. Não quero acusar ninguém, só quero enterrar meu filho. As autoridades que punam os culpados", disse.
Segundo a Polícia Civil, os corpos sem documentos de identificação são identificados por papiloscopistas do Instituto Félix Pacheco e liberado em seguida. No entanto, prossegue a nota da Polícia Civil, uma das vitimas não possui identificação no Rio de Janeiro. O órgão aguarda a identificação pelo IFP do estado do Maranhão.
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