Rio - Há quase quatro horas a delegada Adriana Belém, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), colhe o depoimento do presidente da associação de moradores da Muzema, na Zona Oeste do Rio, Marcelo Anastácio Diniz Anastácio da Silva. O homem chegou ao local por volta do meio dia desta terça-feira acompanhado de uma advogada e não quis falar com os jornalistas. O depoimento durou quase seis horas e, ao sair, Marcelo comentou rapidamente o caso. "Já dei todas os esclarecimentos possíveis as autoridades e estou disposto a ajudar no que for possível. Estou muito sentido por tudo", disse ele, que não explicou o porquê de ter deixado a Muzema por quatro dias. A advogada do homem, Vanessa Lopes, disse apenas que "as autoridades estão esclarecendo o caso". Adriana Belém não quis falar com a imprensa após o fim do depoimento de Diniz.
Um dia antes, ele chegou a ser procurado em casa e na sede da associação de moradores para prestar esclarecimentos para a Polícia Civil, mas não foi encontrado. Uma de suas defensoras foi à 16ª DP e apresentou um atestado médico para justificar a ausência.
Às 15h, um funcionário da associação de moradores chegou na delegacia da Barra com uma pasta contendo documentos, entregou o material e foi embora.
A delegada Adriana Belém quer saber porque a associação era a responsável pelas vendas dos imóveis, quem construiu os edifícios e a quem os moradores pagaram pelos apartamentos que caíram. A Prefeitura do Rio garante que as residências eram irregulares.
Até o momento, pelo menos seis pessoas prestarem depoimento. Entre eles, os presidentes das associações de moradores da Tijuquinha, Sítio do Pai João, Itanhangá, Vila da Paz e Recanto da Muzema.
Investigadores voltam a Muzema atrás de vítimas
No começo da tarde desta terça, investigadores da 16ª DP (Barra da Tijuca) voltaram a comunidade da Muzema, no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio, para tentar encontrar vítimas do desabamento de dois prédios do Condomínio Figueira do Itanhangá e íntima-las à prestarem depoimento. Até agora, nenhum morador foi a delegacia registrar o boletim de ocorrência.
Nesta segunda-feira, os investigadores já haviam ido a região atrás dos sobreviventes e moradores de residências vizinhas. Entretanto, não conseguiram falar com as pessoas. O medo de milicianos, segundo policiais, é o motivo do silêncio.
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