Rio - Os garis da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) iniciaram uma greve na manhã desta segunda-feira. Os trabalhadores reivindicam reajuste de 10% no salário e também no vale alimentação, pagamento de insalubridade para agentes do preparo de alimentos, auxiliares de serviços gerais e vigias e pagamento do acordo de resultados, que está atrasado desde o ano passado. Durante uma assembleia também na tarde desta segunda-feira, a companhia cedeu alguns pontos, como aumento do tíquete, pagamento de insalubridade; contudo, o aumento salarial permanece em 3,73%, conforme previsto pela inflação.

Embora a greve não tenha um fim determinado, a Comlurb concedeu plano de carreira, cargos e salários para agentes de preparo de alimentos, vigias e auxilar de serviços gerais, além do pagamento de insalubridade. O ticket refeição passou de R$ 710 para R$ 736,49. "Isso foi negociado com o sindicato. São pontos sensíveis para a categoria", disse o presidente da Comlurb, Tarquinio Prisco.

Em comunicado, a Comlurb informou que a Justiça do Trabalho determinou que o Sindicato de Asseio do Município do Rio mantenha em atividade um contingente mínimo de 60% do efetivo, o que daria algo em torno de 9 mil garis trabalhando durante a greve. Em caso de descumprimento, a multa diária é de R$ 60 mil. O início da greve foi determinado durante uma assembléia na última quinta-feira.

No bairro da Glória, Zona Sul do Rio, a coleta foi feita normalmente. A limpeza das vias, entretanto, está afetada. "Eu nunca vi isso aqui tão sujo em uma segunda de manhã. Os garis sempre limpam tudo cedinho, pois domingo tem feira. Hoje eu só vi um trabalhando", disse o porteiro José Francisco Vicente, de 61 anos, ao passar nas proximidades na Praça Paris. 

Sete caminhões de coleta da gerência de Piedade, na Zona Norte, estão parados na Rua Manoel Victorino, o que afeta o serviço em parte de Cascadura e nos bairros Abolição, Piedade e Quintino.

De acordo com o comando da greve, a maior adesão está na Zona Norte, principalmente na Abolição. A categoria afirmou ter tentado negociar o reajuste por dois meses. Uma nova tentativa entre o sindicato e a Comlurb está sendo feita desde as 10h desta segunda-feira.

Membro da comissão de negociação, Bruno da Rosa acusa dirigentes e superiores de assédio moral. "Estão ameaçando os trabalhadores de aplicar falta a quem aderir à greve. Isso é assédio. Nossa greve é legal. Estamos cumprindo a lei, estamos trabalhando com 60% do efetivo", garantiu.