Rio - “Eles compraram o apartamento para morrer. Estavam ali há apenas seis meses”. Essa frase forte foi dita na manhã desta segunda-feira por Ednaldo Queiroz Pereira, de 63 anos, tio de Ana Carla dos Santos Batista, 31 anos, Jeferson da Silva Trajano, 28, Enzo de 6 e Arthur de 4. A família — de pai, mãe e filhos —morreu no desabamento de dois prédios no Condomínio Figueiras do Itanhangá, na comunidade da Muzema, Zona Oeste do Rio.
Nesta manhã, familiares e amigos das quatro vítimas estiveram no Instituto Médico Legal (IML) do Centro para liberar o corpo das duas crianças que foram achadas no sábado. Todas as quatro vítimas serão enterradas na tarde de hoje no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio. Por dias, os corpos de Ana Carla e Jefferson ficaram no IML. É que os familiares do casal queriam enterrar todos juntos.
“Tínhamos esperança de que eles fossem resgatados com vida. Mas, infelizmente, eles não resistiram”, lembra o tio do casal.
Segundo Pereira, a família morava em um outro apartamento na Muzema, mas pagavam aluguel. Há seis meses eles conquistaram o sonho de comprar a casa própria e se mudaram para o condomínio de prédios.
“Fui lá no aniversário do Arthur, no ano passado e fiquei surpreso como os imóveis eram feitos. Eu nunca moraria bum local como aquele. Os prédios são perto da encosta e muito perto uns dos outros”, lembrou o tio do grupo.
A mãe de Ana Carla veio de Solania, na Paraíba, no último sábado para acompanhar o enterro da filha, do genro e dos dois netos. “Ela está inconsolável, arrasada”, completou seu Ednaldo.
Última vítima resgatada na Muzema será enterrada nesta segunda-feira
Juliana Martins de Souza Vicente, de 28 anos, última vítima a ser resgatada dos escombros dos prédios que desabaram no Condomínio Figueiras do Itanhangá, será enterrada no começo da tarde desta segunda-feira no Cemitério do Caju, na Zona Portuária. A filha dela, Ana Julia, também morreu na tragédia.
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