Rio - Enquanto voltava, com seu sogro, de uma loja de materiais de construção, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, na manhã da última quarta-feira, um bancário de 35 anos foi surpreendido por mais de dez disparos contra o veículo em que estavam. Parte dos tiros atingiu seus pés, onde um dos projéteis está alojado.
A vítima, que pediu para não ser identificada, conta que mora em Niterói. Mas seu sogro, que vive em São Gonçalo e estava na direção, decidiu passar pela Rua das Pedrinhas, no bairro Amendoeira. Aquele trecho, contam familiares, é conhecido como comunidade 509.
"A gente estava passando, quando vimos homens armados. Ainda bem que não paramos. Pedi pro meu sogro acelerar, mas mesmo assim foram muitos tiros de pistola. Fiquei desesperado. Se tivesse alguém no banco de trás, teria morrido", observou. "As pessoas estão dizendo que tá cheio de homens armados naquela região, porque o traficante 2N estaria escondido lá. Foi apavorante", relembra ele.
Só este ano, a família teve outros três veículos roubados. "Tá impossível viver nesse estado. Eles atiraram para matar, escapei por pouco", completou ele, que foi atendido no Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, em São Gonçalo, mas foi liberado.
Também em São Gonçalo, uma idosa morreu após ser vítima de bala perdida na tarde segunda-feira durante confronto entre policiais do 7º BPM (São Gonçalo) e traficantes da comunidade da Força. Marli Pereira Tecla, de 65 anos, foi levada para o Hospital Estadual Alberto Torres, mas não resistiu aos ferimentos.
Em Niterói, cidade ao lado de São Gonçalo, a vítima de bala perdida foi uma criança de 10 anos, na comunidade Sítio de Ferro, no bairro Pendotiba. Ela foi atingida por estilhaços no rosto durante um confronto entre PMs e bandidos. Os moradores da região fizeram um protesto por causa da ação colocando fogo em lixos, pneus e barricadas em uma das vias de acesso à comunidade.
