Respondem pelo homicídio os ex-policiais Ronnie Lessa (reformado) e Élcio Queiroz (expulso da Polícia Militar) - Divulgação / Polícia Civil
Respondem pelo homicídio os ex-policiais Ronnie Lessa (reformado) e Élcio Queiroz (expulso da Polícia Militar)Divulgação / Polícia Civil
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Uma espécie de força-tarefa foi montada pela Delegacia de Homicídios (DH) com a Marinha e a Defesa Civil para atuar na segunda fase das investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista dela Anderson Gomes, em março de 2018, no Estácio, Zona Norte do Rio. Os acusados de atirarem nas vítimas estão presos, já o mandante do crime ainda não foi identificado.
A ação aconteceu sob sigilo na semana passada quando foram utilizados um navio sonar e um GPS da Marinha Praia da Barra da Tijuca, na Oeste da cidade, para tentar encontrar a arma do crime, que teria sido jogada no mar, uma submetralhadora HK MP5. Um grupo de 15 mergulhadores cedidos pela Defesa Civil também atuaram na ação, porém nada foi encontrado. Essa é a terceira vez que são feitas buscas na região pelo armamento.
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Os trabalhos duraram oito dias, sendo dois seguidos de procura das 6h até escurecer. A área vasculhada é a que fica entre o Quebra-Mar, no posto 1, e as ilhas em frente. Há informações de que a arma usada para matar a vereadora e o motorista é uma submetralhadora HK MP5. Ela teria sido jogada nessa região a mando do policial reformado Ronnie Lessa, um dos presos acusados de atirar nas vítimas. O outro acusado do crime que também está na cadeia é o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz.
Marielle Franco - Mário Vasconcellos / Câmara de Vereadores Rio
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“Na última semana, ficamos oito dias na Barra da Tijuca, mas os resultados não foram os esperados. O secretário Robadey (Roberto Robadey comandante-geral do Corpo de Bombeiros e secretário de Defesa Civil do RJ) nos ajudou cedendo os mergulhadores”, afirmou o secretário da Polícia Civil Marcus Vinícius Braga, no final da manhã desta sexta-feira durante entrega da Medalha da Amizade, honraria da instituição dada a pessoas que contribuíram com a Polícia Civil, que aconteceu na Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio.
'Escritório do crime'
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Marielle foi morta por integrantes do grupo chamado 'Escritório do Crime', formado por policiais e ex-policiais milicianos contratados para matar. O motivo foi a disputa por terras nas áreas de Rio das Pedras, Vargem Grande, Vargem Pequena e Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste, dominadas pela milícia. Nessa região, a vereadora tinha um projeto para construir casas populares. 
Além de Ronnie Lessa e Queiroz, fazem parte do bando o ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado, que seria um dos fundadores do 'Escritório do Crime'. Ele está foragido. Lessa é apontado pela polícia como o autor dos 13 tiros que mataram a vereadora e Anderson.