Apreensões de caminhões sem nota superam 700 mil litros nos 3 primeiros meses do ano. Rodrigo Luppi é acusado de comandar fraude  - Divulgação BPRv
Apreensões de caminhões sem nota superam 700 mil litros nos 3 primeiros meses do ano. Rodrigo Luppi é acusado de comandar fraude Divulgação BPRv
Por O Dia

Rio - Uma situação tem se tornado rotineira nas estradas fluminenses: a apreensão de caminhões-tanque lotados de etanol, ligados à Usina Canabrava e com documentação irregular. Desta vez, cinco carretas foram apreendidas pela Polícia Rodoviária Estadual, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, na última quarta.

Ao todo, 225 mil litros de etanol estavam sendo transportados no Estado do Rio sem licença ambiental emitida pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o que configura riscos à saúde pública e ao meio ambiente. A nota fiscal do produto tinha como destino a distribuidora Paranapanema, com sede em Duque de Caxias, na Baixada, e apontada por representantes do setor de combustíveis como um dos novos braços da Canabrava.

Segundo O DIA apurou, a Paranapanema foi aberta no ano passado supostamente para tentar desviar o foco das fiscalizações da Minuano, outra distribuidora da Baixada Fluminense, também ligada à Canabrava. Ambas já tiveram carretas com etanol apreendidas sem nota fiscal ou com documentação irregular.

A Minuano está no nome de Roxane Luppi De Oliveira, mãe de Rodrigo Luppi, gestor e arrendatário da Canabrava. Ele e o pai, Dirceu Luppi, foram considerados "os maiores adulteradores de combustível do país" por CPI da Câmara dos Deputados de 2003.

A Canabrava recebe incentivo fiscal concedido pelo governo do Rio desde 2012 para produzir etanol: paga apenas 2% de ICMS, contra os 32% normalmente tributados. Porém, há suspeitas de que a empresa só traz álcool de outros estados e não produz uma gota em Campos.

A reportagem não conseguiu contato com as três empresas citadas. O caso foi registrado na 146ª DP (Guaruns-Campos).

 

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