Por Maria Luisa de Melo
Um dos depoimentos mais aguardados durante o processo de impeachment, que tramita contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB), a oitiva do ex-subsecretário de Projetos Especiais, Fernando Meira, aconteceu na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (3) e deu novo fôlego ao processo.
Meira disse que a Subsecretaria de Projetos Especiais (SubPe) não fez cálculos para atestar a necessidade da extensão do contrato com as duas empresas responsáveis pela publicidade de mobiliário urbano da cidade (a Adshell e a Cemusa). Ainda de acordo com ele, isso não seria atribuição da subsecretaria da qual foi titular.
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O depoimento prejudica a tese da defesa do prefeito. Isso porque, segundo informou a controladora-geral do município, Márcia Andrea Peres, em seu depoimento no mês passado, a Controladoria se baseou nos cálculos da SubPe para permitir a extensão do contrato. 
Mas, se tais dados não existiam por parte da Prefeitura, o fato leva a comissão a acreditar que os cálculos aos quais a controladora se refere sejam os da própria empresa.
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Mais cedo, o relator da comissão Luiz Carlos Ramos Filho (Podemos), relator do processo do impeachment, informou que vai pedir a anulação dos contratos de exploração de publicidade no mobiliário urbano. A documentação foi renovada no fim do ano passado, sem licitação. 
Em nota, a Prefeitura informou que " a Subsecretaria de Projetos Estratégicos (SUBPE) da Prefeitura do Rio, na pessoa do seu titular, o engenheiro Fernando Meira, vem esclarecer que a manifestação do vereador Luiz Carlos Ramos Filho, relator da Comissão que investiga a suposta prática de infração político-administrativa, sobre o depoimento por ele prestado hoje, incorre em equívoco".
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Ainda de acordo com a gestão municipal, "a SUBPE examinou, sim, as manifestações técnicas realizadas pelos órgãos competentes, tanto que transcreveu parte delas no seu pronunciamento". "Em especial, destaque-se a elaborada pela Subsecretaria de Patrimônio (SUBPA), da Secretaria de Fazenda, a qual, desde novembro de 2016, portanto, desde antes da assunção pela atual gestão, já analisava o pedido de reequilíbrio econômico-financeiro".
A Prefeitura alega ainda que "o pleito de reequilíbrio já fora objeto de exames pela então Subsecretaria Especial de Concessões e Parcerias Público Privadas (SECPAR) em novembro de 2016 e mesmo pela Procuradoria Geral do Município (PGM), a qual se manifestou pela viabilidade jurídica do pedido de reequilíbrio. Assim, não há espaço para especulação de que não foram levados a efeito os estudos necessários, e já constantes dos autos, quando de despacho exarado pela Subsecretaria de Projetos Estratégicos (SUBPE) da Prefeitura".