Beltrame, que estava acompanhado de dois advogados, não deixou de responder aos questionamentos feitos pela delegada. Em uma das perguntas, Tércia quis saber quem foi o responsável pela compra das 1.500 pistolas e carabinas, num valor de aproximadamente R$ 6 milhões, que estavam com defeito. O ex-secretário, no entanto, negou que tenha ordenado a compra. Ainda de acordo com apuração feita pelo DIA, Beltrame disse que "o processo de licitação foi feito dentro da lei", mesmo não tendo sido ele o responsável direto pela aquisição.
O DIA apurou que, nos próximos dias, todos os ex-subsecretários da extinta pasta serão intimados a prestarem esclarecimentos sobre a licitação. Representantes da empresa Taurus, vendedora das armas, também serão chamados para prestar esclarecimentos.
Ao sair da Delfaz, o ex-secretário não quis falar com os repórteres que estavam a sua espera na Cidade da Polícia, no Jacarezinho. Seus advogados disseram que "os esclarecimentos foram dados nos autos (do inquérito)".
Segundo a delegada Tercia Amoedo, a investigação foi instaurada após uma requisição do Ministério Público do Rio. O objetivo é apurar a comercialização de armas defeituosas pelas forças de segurança no período em que Beltrame foi secretário. Ainda de acordo com a delegada, as investigações estão no início e ainda não se apura o crime de fraudes na licitação do armamento.