Ex-Secretario de Segurança prestou depoimento na Cidade da Polícia, no Jacarezinho - Gilvan de Souza / Agência O Dia
Ex-Secretario de Segurança prestou depoimento na Cidade da Polícia, no JacarezinhoGilvan de Souza / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Por três horas o ex-secretário de Segurança Pública do estado, pasta extinta no começo do ano, José Mariano Beltrame, respondeu às perguntas feitas pela delegada Tércia Amoedo Silveira, titular da Delegacia Fazendária (Delfaz), em um inquérito que apura a compra de armas e produtos para as polícias Militar e Civil.

Beltrame, que estava acompanhado de dois advogados, não deixou de responder aos questionamentos feitos pela delegada. Em uma das perguntas, Tércia quis saber quem foi o responsável pela compra das 1.500 pistolas e carabinas, num valor de aproximadamente R$ 6 milhões, que estavam com defeito. O ex-secretário, no entanto, negou que tenha ordenado a compra. Ainda de acordo com apuração feita pelo DIA, Beltrame disse que "o processo de licitação foi feito dentro da lei", mesmo não tendo sido ele o responsável direto pela aquisição.

O DIA apurou que, nos próximos dias, todos os ex-subsecretários da extinta pasta serão intimados a prestarem esclarecimentos sobre a licitação. Representantes da empresa Taurus, vendedora das armas, também serão chamados para prestar esclarecimentos.

Ao sair da Delfaz, o ex-secretário não quis falar com os repórteres que estavam a sua espera na Cidade da Polícia, no Jacarezinho. Seus advogados disseram que "os esclarecimentos foram dados nos autos (do inquérito)".

Segundo a delegada Tercia Amoedo, a investigação foi instaurada após uma requisição do Ministério Público do Rio. O objetivo é apurar a comercialização de armas defeituosas pelas forças de segurança no período em que Beltrame foi secretário. Ainda de acordo com a delegada, as investigações estão no início e ainda não se apura o crime de fraudes na licitação do armamento.