Alexandre Mota de Souza guardava 117 fuzis em sua casa - Marcio Mercante / Agência O Dia
Alexandre Mota de Souza guardava 117 fuzis em sua casaMarcio Mercante / Agência O Dia
Por O Dia
Rio - A 40ª Vara Criminal do Rio decidiu, nesta quinta-feira, revogar a prisão preventiva de Alexandre Motta de Souza, amigo do sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, denunciado como o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Durante operação realizada em março, a polícia encontrou na casa de Alexandre 117 peças apontadas como sendo de fuzil e que pertenceriam a Lessa.

Na decisão em que concedeu a liberdade provisória, a juíza Alessandra Bilac acolheu o parecer favorável do Ministério Público, após ouvir as informações prestadas pelos policiais que participaram da prisão e o depoimento dos réus. Os policiais contaram que Alexandre apontou o local onde as caixas lacradas estavam guardadas e que ele demonstrou surpresa e desespero com o que havia dentro delas.

A audiência, realizada por videoconferência, durou quase sete horas. Denunciados por posse ilegal de arma de fogo, Alexandre foi interrogado no Fórum Central do Rio, enquanto Ronnie Lessa acompanhou tudo de uma sala do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Alexandre disse que todo o material pertencia a Lessa, que apenas lhe pedira para guardá-lo na sua casa. Já o sargento reformado da PM negou as acusações. E afirmou que as peças encontradas na casa de Alexandre eram itens de airsoft – jogo em que os participantes utilizam arma de pressão. Segundo ele, as caixas estavam lacradas e Alexandre – seu amigo há 30 anos – não sabia o que tinha nelas.

Após revogar a prisão de Alexandre e determinar a expedição do alvará de soltura, a juíza concedeu prazo de 10 dias para os advogados dos acusados juntarem documentos. Depois disso, o Ministério Público e as defesas terão que apresentar suas alegações finais, momento anterior à sentença.