O cabo Rodrigo Queto Sardinha - Arquivo Pessoal
O cabo Rodrigo Queto SardinhaArquivo Pessoal
Por RAFAEL NASCIMENTO e RAI AQUINO
Rio - O cabo da PM Rodrigo Queto Sardinha, de 33 anos, foi morto com um tiro na cabeça durante uma tentativa de assalto, por volta das 5h30 desta segunda-feira, na Pavuna, na Zona Norte do Rio. O cabo estava de carro com o irmão, também policial militar, quando os dois foram abordados por bandidos na Rua Albertina Guerra, na altura da Igreja Metodista do bairro. 
De acordo com a Polícia Militar, os agentes estavam a caminho do trabalho, na UPP Providência, no Centro. O cabo foi socorrido pelo irmão, o também cabo Alexander Queto Sardinha, que o levou ao Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes.
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O cabo Rodrigo, que estava na PM desde dezembro de 2012, já deu entrada na unidade sem vida. Um dos bandidos que participou da ação foi baleado, mas conseguiu fugir.
Em uma rede social, o irmão do policial disse como foi minutos antes do crime. "(Foi uma) tentativa de assalto e homicídio. Eles vieram para cima (da gente) e reagimos", o homem postou.
O irmão do PM, que presenciou o crime, estava inconsolável - Reprodução
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INVESTIGAÇÃO
No Hospital Carlos Chagas, o cabo que presenciou a morte do irmão de perto estava inconsolável. A mãe e a namorada do agente também estiveram na unidade. A família não quis falar com a imprensa.
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O delegado Marcelo Carregosa, do Núcleo de Investigação de Mortes de Policiais do Rio de Janeiro, órgão da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), que investiga o caso, foi ao hospital e avisou que faria a perícia no local do crime.
Colegas de farda do militar acompanharam a perícia feita na Pavuna. Muito abalado, Alexandre Queto ajudou os policias a localizar possíveis indícios dos criminosos. Peritos recolheram algumas cápsulas que ficaram espalhadas pela rua. Investigadores disseram ao DIA que foram recolhidas várias cápsulas de pistolas 9mm e de 380. "Só depois da perícia que vai ser possível saber com qual arma ele morreu", afirmou um dos investigadores, que não quis se identificar.

Os policiais civis também procuraram câmeras de segurança que possam ajudar a identificar os suspeitos. Os agentes trabalham com a hipótese de eram três homens no carro dos criminosos. Entretanto, não descartam a hipótese de uma quarta pessoa no veículo. Latrocínio (roubo seguido de morte) é a principal linha de investigação da DH.
Policiais da DH estiveram no Hospital Carlos Chagas, para onde o corpo do PM foi levado - Armando Paiva / Agência O Dia
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MAIS DE 20 PMS MORTOS
A Polícia Militar disse que, com o assassinato do cabo Sardinha, até agora, em 2019, já foram mortos 21 PMs em ações violentas no estado. Três deles estavam em serviço, 12 de folga e seis eram reformados (aposentados). "Ainda não há informações sobre o seu sepultamento", acrescentou, sobre o enterro do cabo morto hoje.
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Amigos de Rodrigo lamentaram a morte trágica do agente. "Acordar com uma notícia terrível dessas... descanse em paz, meu amigo Rodrigo Queto", um amigo postou, nas redes sociais. Em nota, a Polícia Civil disse que foi instaurado um inquérito e "a investigação está em andamento".
Policiais no Hospital Carlos Chagas - Armando Paiva / Agência O Dia
INTENSO TIROTEIO

Moradores da Pavuna, que pediram anonimato, disseram que o tiroteio na hora do crime foi tão intenso que os vizinhos acordaram com o barulho.
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"Eu acordei com os tiros. Foram uns quatro tiros. Logo em seguida, mais tiros", disse uma professora de 32 anos, nascida e criada no bairro. "Aqui é normal ter assaltos. A noite e de madrugada é todo dia. E se não bastasse, eles também assaltam as casas e apartamentos", lembra a mulher, que no último sábado teve a casa invadida e roubada. 
A poucos metros do local do crime fica a favela da Quitanda. A polícia acredita que os criminosos são da região.
Policiais militares no Carlos Chagas, para onde o corpo do cabo foi levado - Armando Paiva / Agência O Dia