Campus Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense, em Niterói  - Reprodução/UFF
Campus Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense, em Niterói Reprodução/UFF
Por O Dia
Rio - O reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF) tem uma reunião marcada com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, nesta quarta-feira. Antonio Claudio Lucas da Nóbrega quer negociar o desbloqueio no orçamento e a liberação de créditos suplementares à instituição. Nesta quarta-feira a universidade publicou uma nota apresentando dificuldades orçamentárias que enfrenta desde o fim do ano e diz que o contingenciamento aplicado em maio pelo MEC ameaça o início do segundo semestre na data prevista, a realização de viagens para atividades de campo e a abertura de vagas para 2020.
Em abril de 2019, o Ministério da Educação anunciou o bloqueio de cerca de 30% do orçamento discricionário das universidades federais brasileiras. Na Universidade Federal Fluminense, esse percentual representa um montante de R$ 52 milhões, segundo a instituição. O texto divulgado alega que antes do anúncio a situação orçamentária e financeira já era muito difícil, com dívidas acumuladas ao longo dos últimos anos, e orçamento congelado em valores menores do que o custo de funcionamento.
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"Diante desse quadro, o reitor, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, intensificou as visitas a Brasília e conversas com parlamentares do Rio de Janeiro, das bancadas federal e estadual, em busca de saídas para a crise", diz a nota.
A UFF disse que caso não haja liberação completa do bloqueio, não há o que cortar sem comprometer serviços. "No limite, o grande desafio será conseguir que a Universidade tenha o mínimo para continuar funcionando em situação de emergência".

A Universidade Federal Fluminense custa R$ 16,7 milhões por mês, considerando despesas básicas, como água, energia elétrica, bolsas e contratos de prestação de serviços terceirizados. Portanto, não entram nessa conta despesas com obras, reformas, diárias e passagens, entre muitas outras. No entanto, o orçamento aprovado para 2019 previa custeio de 14,1 milhões mensais. Dessa forma, no começo do semestre, a UFF cortou despesas estimadas em R$ 35 milhões anuais para se adequar ao recurso disponível, como eliminação de todos os celulares institucionais, revisão de contratos, redução do transporte e enxugamento administrativo.

Só que, mesmo antes do bloqueio, a UFF já recebia financeiro menor do que o necessário, na ordem de R$ 9,8 milhões por mês, o que prejudicava fortemente os pagamentos e a prestação dos serviços. Com o anúncio do bloqueio, estima-se o recebimento de um valor mensal de R$ 6,85 milhões para custeio, menos da metade do mínimo necessário. Só as contas de água e luz são, mensalmente, quase R$ 3 milhões, mais R$ 2,1 milhões de bolsas, e terceirizados e contratos custam R$ 9 milhões por mês. Logo, o contingenciamento ameaça gravemente o início do segundo semestre na data prevista, a realização de viagens para atividades de campo e a abertura de vagas para 2020. As informações foram divulgadas pela universidade.