Rio - O batom roxo utilizado por Marta, na partida desta terça-feira entre Brasil e Itália, na Copa do Mundo de Futebol Feminino, está dando o que falar dentro e fora dos campos. Se nas ruas o produto foi aprovado pelas fãs da atacante da Seleção, o mesmo pode não estar ocorrendo entre os patrocinadores da Fifa. É que a federação esportiva conta com o apoio de seis marcas oficiais e não permite que outras empresas façam propaganda durante o evento. Se a atleta infingiu uma regra da competição ainda é um mistério. O fato é que a maquiagem de Marta ficou ótima e já conquistou a mulherada carioca.
O cosmético se tornou um dos produtos mais procurados entre as ruas do mercado popular do Saara, no Centro do Rio, um dia depois da vitória das meninas do Brasil. "Já estou me sentindo superpoderosa. O batom é mesmo lindo, combina com a estação e com vários tons de pele. Dá mais vontade de usar depois que a gente vê na boca da maior jogadora do mundo", afirma a nutricionista Ana Karina Seabra, de 30 anos.
Por coincidência do destino — ou não —, a engenheira civil Daniela Amprino, de 29 anos, também usava um batom parecido com o da atacante durante a vitória da Seleção. A cor deu tanta sorte para Marta, que Daniela pretende apostar no tom durante o outono e o inverno. "Eu estava usando um muito parecido durante a partida. Se a Marta usou, com certeza eu vou continuar usando. É a Marta! É o batom do poder!", conta ela, aos risos.
Já a vendedora Rayane Neiva, de 22 anos, apostou no cosmético para encarar o dia de trabalho com muita força e charme. Fã da camisa 10, ela acredita que agora que foi visto na boca da maior goleadora do mundo, o batom vai se tornar febre entre a mulherada. "Vai ser o batom mais procurado, todo mundo vai querer usar. A cor é linda e combina com o inverno que está chegando. É a cor da estação", aposta ela.
O batom que a futebolista usou é da Avon será lançado no próximo dia 12, por R$34,99. Mas o similar no Saara sai por volta de R$ 18.
Houve marketing?
Apesar do sucesso do batom nas ruas, Marta pode ter infingido uma regra da Fifa, já que a organização não permite que outras marcas, além das seis patrocinadoras oficiais, façam propagandas nos eventos. A atleta não corre risco de ser punida, mas a Avon pode ser notificada.
Ao site UOL, o empresário Fabiano Farah negou que Marta tenha feito propaganda do produto. "Em nenhum momento a Marta arquitetou ou provocou qualquer ação para com o endosso direto de uma determinada marca ou produto. O uso do batom é um direito de âmbito pessoal. De forma espontânea e aleatória, solicitaram uma entrevista com ela e fizeram uma pergunta diretamente relacionada ao uso do produto", declarou.
O consultor de marketing esportivo João Henrique Areias acredita que a jogadora não agiu de má fé. "A Fifa não tem outro marca de cosméticos entre seus patrocinadores. E, neste caso, o regulamento da competição deveria ser muto claro. Se há essa restrição, cabe a CBF coibir qualquer caso desse tipo. Foi um caso inédito. A Avon ganhou muito exposição e foi ótimo para o futebol feminino", comentou ele.
Colaborou a estagiária Rachel Siston
