Lucas, filho de Flordelis, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) por mais de três horas
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Lucas, filho de Flordelis, prestou depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) por mais de três horas Reprodução TV Globo
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Por mais de três horas, Lucas dos Santos, de 18 anos, um dos filhos do pastor evangélico Anderson do Carmo de Souza com a deputada federal Flordelis dos Santos Souza (PSD), um dos suspeitos do assassinato do pai, prestou um novo depoimento na Delegacia de Homínidos de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI). Lucas deixou uma unidade do Departamento Geral de Ações Sócio Educativas (Degase) e chegou a especializada pouco antes das 21h. Após prestar esclarecimento, Lucas dormiu na delegacia.

No mesmo dia, o irmão, Flávio dos Santos Rodrigues, 38, suspeito de ter encomendado a morte do pai, também prestou depoimento. O homem chegou a passar mal e precisou receber atendimento médicos do Samu. Eles serão ouvidos em novos depoimentos previstos para acontecer em breve.
Lucas está detido desde domingo. Já Flávio, foi preso quando deixava o enterro de Anderson, em São Gonçalo. Desde então, Flávio ficou na carceragem da delegacia, e Lucas foi transferido para uma unidade do Degase. A princípio, Lucas foi preso por acusação de crime análogo a tráfico de drogas quando ainda era menor de idade. Por esse motivo, ele ficou numa unidade socioeducativa.

Polícia Civil descarta latrocínio, roubo seguido de morte

Investigadores da DHNSGI descartaram que criminosos tenham entrado na casa para assaltar e acabaram matando o pastor. A principal linha de investigação da polícia é de crime passional: o que é evidenciado pela quantidade de disparos na região genital do corpo de Anderson. Uma das possibilidades, é de que os filhos tenham descoberto algum relacionamento extraconjugal do homem e decidiram vingar-se pela mãe. O crime de latrocínio já é algo praticamente descartado pelos investigadores.

Arma ainda não foi entregue por delegada ao ICCE
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O laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) que vai confirmar que a pistola apreendida pela polícia no quarto de Flávio foi a usada no dia do crime ainda não ficou pronto, pois a arma ainda não tinha sido encaminhada ao ICCE até a noite de ontem. Segundo a Polícia Civil, o resultado deve sair nos próximos dias.

O laudo toxicológico que identificará se os dois cachorros da casa da deputada federal Flordelis dos Santos Souza foram ou não dopados antes do assassinato do pastor também não está pronto. 
'Quero justiça pela morte do meu marido, seja quem for', diz Flordelis
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A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), no início da tarde desta quarta-feira, para ver o filho Flávio dos Santos Rodrigues, 38 anos. Ele é suspeito do assassinato do pai, o pastor Anderson do Carmo, e está preso no local. A parlamentar, no entanto, não conseguiu vê-lo.
Flordelis chegou ao local pouco depois das 12h e saiu antes das 12h30. Ela estava acompanhada de um novo advogado e de dois filhos e levava roupas e comida para Flávio. No entanto, a titular da DHNSGI, a delegada Bárbara Lomba, não deixou e nem a recebeu.
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Na chegada à delegacia, a deputada disse que tinha ido apenas que "ver como estão as coisas". Ela negou que tenha sido intimada a prestar depoimento. "Vim visitar meu filho. Não acredito no envolvimento deles. Quero que seja feita justiça pela morte do meu marido, seja quem for", ela pediu, ao sair da delegacia, cercada do advogado e um filho, que tentava impedir que ela falasse.
Quanto a arma usada no crime, encontrada em sua nesta terça, Flordelis disse que "não sabia" de sua existência e que "foi uma surpresa". No domingo, ela chegou a dizer que não havia armas na casa. A parlamentar também disse que o celular do marido não foi entregue à polícia, pois "não sabe onde está".
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O novo advogado da família disse que Lucas dos Santos não confessou o crime. Entretanto, fontes ouvidas pelo DIA disseram que ele falou ter cometido o crime e apontou o irmão Flávio como o mandante.