Pistola é apontada como a usada para matar o pastor Anderson do Carmo - Gilvan de Souza / Agência O Dia
Pistola é apontada como a usada para matar o pastor Anderson do CarmoGilvan de Souza / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Quase quinze dias após a morte do pastor Anderson do Carmo de Souza, a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) ainda não recebeu o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) que confirmará se a pistola 9mm apreendida no quarto de Flávio dos Santos foi usada no crime, conforme adiantado pela DHNSGI após perícia preliminar.
Também não foi entregue o exame feito para saber se os cachorros da casa dele e da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foram ou não dopados antes do crime. A especializada pediu prioridade nos dois procedimentos, mas eles não foram entregues ainda para auxiliar a investigação.
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Além de Flávio, também está preso na carceragem da DHNSGI Lucas dos Santos, outro filho do casal que teria participado do crime. Ambos confessaram participação no assassinato, diz a polícia. Nos últimos dias, a delegada Bárbara Lomba determinou que a investigação fosse colocada em sigilo.

A defesa dos presos reclama que ainda não tiveram acesso à investigação. Desde a última segunda-feira, os defensores têm vindo diariamente à especializada para conseguir analisar o inquérito, mas não são autorizados por Lomba.

Na tarde desta quinta-feira, a defesa de Flavio, filho biológico de Flordelis, voltou a atacar a Polícia Civil. Segundo Anderson Rollemberg, após a confissão de Flavio houve uma "antipatia dos investigadores" com a defesa. Ainda de acordo com advogado, a delegada estaria impedindo que os advogados pudessem ter acesso ao andamento da investigação.

"(A tentativa do) acesso ao inquérito está sendo de forma contumaz. Estamos precisando pegá-lo de forma rápida e não pode ter mais delongas. As informações estão vazando a imprensa e temos o direito as informações do inquérito em relação ao Flavio", salientou.

"Não tenho dúvida que, em função de uma confissão dita pela autoridade policial, quando a defesa assume, surge uma antipatia para com os advogados. Estamos tentando uma harmonia" afirmou Rollemberg.

A Polícia Civil pretende ouvir nesta sexta-feira oito filhos de Flordelis, que também estavam na casa no momento do assassinato de Anderson.
O DIA tentou contato com a delegada Bárbara Lomba para que ela comentasse as declarações dos advogados de defesa de Flavio e Lucas, mas ela não tem respondido nos últimos dias os questionamentos da imprensa.
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A reportagem também tentou obter respostas através da assessoria de imprensa da Polícia Civil para que a instituição explicasse o motivo da delegada não dar acesso a defesa ao inquérito, o que é inconstitucional, defendem os advogados. A comunicação do órgão limitou-se a dizer que "o caso está sob sigilo".