Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI)  - Rafael Nascimento / Agência O DIA
Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) Rafael Nascimento / Agência O DIA
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Oito filhos da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) chegaram à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) para prestar depoimentos no caso que investiga o assassinato do pastor Anderson do Carmo. Após a entrada das pessoas intimadas, pouco depois das 14h, também entraram dois advogados para acompanhar os esclarecimentos.
Quem também está presente no local é o advogado Ângelo Máximo, que representa Michele do Carmo, irmã do pastor assassinado. Ele voltou a acusar Flordelis de não colaborar. "A família do pastor está assustada com tudo isso. A irmã quer ajudar nas investigações, mas a cunhada não", disse o advogado Ângelo Máximo. Segundo Máximo, no dia 26, Flordelis teria oferecido ajuda para mãe do pastor Anderson. O defensor disse que a família de Anderson recusou.
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Ele disse que "a família da deputada federal Flordelis (PSD) está agindo de forma dissimulada” e afirmou que a parlamentar não quer ajudar nas investigações. "Os policiais foram buscas o carro para periciar e contribuir com o inquérito e mais uma vez se provou que pode ter participação da família", denunciou Máximo sobre a recusa dos defensores da parlamentar em deixar que o carro usado pelo casal horas antes do crime — um Honda Accord que tem marcas de tiros e tem um vidro estilhaçado — fosse levado para a DHNSGI para uma nova perícia.

"A família está obstruindo (as investigações). Eles são dissimulados. Se eles querem ajudar nas investigações por que não autorizaram que o carro fosse levado para a delegacia? Se querem esclarecer os fatos e encontrar os verdadeiros algozes que contribuam para a investigação. Agora, os advogados não deixarem o carro ser transportado para a delegacia para uma perícia mais detalhadas é uma forma dissimulada de atrapalhar as investigações", completou.

Sobre uma possível ida da investigação para o Supremo Tribunal Federal (STF) — para que os ministros avaliem se a ação será julgada em primeira ou segunda instância — o defensor da irmã e da mãe de Anderson avalia que "poderá haver um retardo caso a delegada seja investigada". "Crime que não é praticado no exercício do cargo ou em razão do cargo a competência é de juiz de primeiro grau. Em nenhum momento é falado que depende do STF. Se isso acontecer será um retardo das investigação de um crime que aconteceu no seio familiar", completou o advogado Ângelo Máximo.
Filhos abandonam Ministério Flordelis

Após o pastor Misael Santos deixar a igreja nesta quinta-feira, o outro filho de Anderson e Flordelis também decidiu sair do Ministério Flordelis, em São Gonçalo. O também pastor Luan Santos usou as redes sociais para deixar a instituição religiosa. Luan também pediu "que a verdade apareça".

Segundo fontes ligadas à família, Luan e Misael eram considerados pilares da igreja e participavam ativamente, ao lado da deputada, em programas de televisão e shows evangélicos.