Flávio foi detido logo após o pai ser enterrado. Ele é suspeito de participação do crime e tinha mandado de prisão em aberto por violência domésticaCléber Mendes/Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Publicado 20/06/2019 16:00 | Atualizado 20/06/2019 17:13
Rio - Fontes ligadas a Polícia Civil afirmam que os dois filhos atiraram no pastor Anderson do Carmo de Souza, marido da deputada federal Flordelis. Flávio dos Santos Rodrigues, em depoimento, disse que atirou seis vezes e que Lucas Cezar dos Santos de Souza, 18, também apertou o gatilho. Imagens de câmeras de seguranças mostrariam quando Lucas e mais duas pessoas deixam o local. De acordo com as investigações, para ter um álibi, Flávio — que teria encomendado a morte — ficou dentro de casa e socorreu o pai após ele ser alvejado.
Segundo pessoas ligadas a investigação, Flávio disse que não planejou o crime e que quem arrumou a pistola foi Lucas. Após confissão de ambos, a Polícia Civil pediu no plantão judiciário a prisão temporária dos acusados.
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A arma usada no crime, uma pistola 9 mm, teria sido adquirida na comunidade da Cocada, em Pendotiba, Niterói. Na noite de quarta, a Polícia Civil fez uma acareação entre os dois filhos na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI). Depois da confissão de Flávio, a polícia pediu a prisão temporária deles por homicídio. 
Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), Anderson tinha cerca de 30 perfurações no corpo. A polícia agora quer saber quem atirou primeiro. A motivação do assassinato e outras circunstâncias do crime ainda são apuradas pela DHNSG.
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Após os filhos confessarem o crime, a deputada federal Flordelis convocou um culto com todos os membros da igreja na noite desta quinta-feira. 
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Polícia Civil descarta latrocínio

Investigadores da DHNSGI descartaram que criminosos tenham entrado na casa para assaltar e acabaram matando o pastor. A principal linha de investigação da polícia é de crime passional: o que é evidenciado pela quantidade de disparos na região genital do corpo de Anderson. Uma das possibilidades, é de que os filhos tenham descoberto algum relacionamento extraconjugal do homem e decidiram vingar-se pela mãe. O crime de latrocínio já é algo praticamente descartado pelos investigadores.

Arma ainda não foi entregue por delegada ao ICCE
O laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) que vai confirmar que a pistola apreendida pela polícia no quarto de Flávio foi a usada no dia do crime ainda não ficou pronto, pois a arma ainda não tinha sido encaminhada ao ICCE até a noite de ontem. Segundo a Polícia Civil, o resultado deve sair nos próximos dias.

O laudo toxicológico que identificará se os dois cachorros da casa da deputada federal Flordelis dos Santos Souza foram ou não dopados antes do assassinato do pastor também não está pronto.
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'Quero justiça pela morte do meu marido, seja quem for', diz Flordelis
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), no início da tarde desta quarta-feira, para ver o filho Flávio dos Santos Rodrigues, 38 anos. Ele é suspeito do assassinato do pai, o pastor Anderson do Carmo, e está preso no local. A parlamentar, no entanto, não conseguiu vê-lo.
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Flordelis chegou ao local pouco depois das 12h e saiu antes das 12h30. Ela estava acompanhada de um novo advogado e de dois filhos e levava roupas e comida para Flávio. No entanto, a titular da DHNSGI, a delegada Bárbara Lomba, não deixou e nem a recebeu.
Na chegada à delegacia, a deputada disse que tinha ido apenas que "ver como estão as coisas". Ela negou que tenha sido intimada a prestar depoimento. "Vim visitar meu filho. Não acredito no envolvimento deles. Quero que seja feita justiça pela morte do meu marido, seja quem for", ela pediu, ao sair da delegacia, cercada do advogado e um filho, que tentava impedir que ela falasse.
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Quanto a arma usada no crime, encontrada em sua nesta terça, Flordelis disse que "não sabia" de sua existência e que "foi uma surpresa". No domingo, ela chegou a dizer que não havia armas na casa. A parlamentar também disse que o celular do marido não foi entregue à polícia, pois "não sabe onde está".