Câmera de segurança mostra Flávio levando o pastor Anderson para o hospital, 25 minutos após o crimeDivulgação
Por Bernardo Costa e Bruna Fantti
A delegada Barbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) divulgou, ontem, imagens da câmera de segurança da casa da deputada Flordelis, que mostram Lucas dos Santos, de 18 anos, um dos filhos da parlamentar com o pastor Anderson do Carmo, entrando na casa às 3h08 com uma mochila. Logo em seguida ele sai do local já sem a bolsa e, cerca de 15 minutos depois, o carro com o casal chega. O pastor foi assassinado no domingo, dia 16. Lucas e o filho biológico de Flordelis Flávio dos Santos estão presos, acusados do crime.
Num primeiro momento, em depoimento, Lucas havia declarado que não tinha estado na casa no dia do crime. Agora, segundo a delegada, ele será confrontado com as imagens, que também mostram a polícia encontrando a arma do crime no quarto de Flavio na terça-feira, dia 18, quando os investigadores
foram cumprir mandado de busca e apreensão.
Barbara Lomba também informou já ter intimado Flordelis a prestar um segundo depoimento como testemunha do caso (o primeiro aconteceu no próprio dia do crime), na semana que vem. A data e a hora ainda serão definidas com a defesa.

Contradição
Ainda de acordo com a delegada, os investigadores têm informações seguras de que apenas uma arma foi usada no assassinato: a pistola apreendida no quarto de Flávio. Mas, segundo ela, ainda será preciso esclarecer como foi realizada a compra da arma do crime. Tanto Lucas quanto Flávio afirmam que compraram a arma na favela Nova Holanda, dois dias antes do crime.
Segundo Barbara Lomba, Flavio diz que Lucas ajudou com o dinheiro, mas Lucas nega essa informação, afirmando que somente apontou o local na comunidade onde Flávio poderia comprar a pistola. Ele diz que não sabia como Flávio iria usá-la. Os irmãos teriam pago R$ 8 mil pela arma, segundo Lucas, que informou também que Flávio pagou todo o valor de uma só vez. Já Flávio diz que Lucas é que pagou pela arma, pagando um total de R$ 3 mil.
Sobre uma suposta participação de Flordelis no assassinato, a delegada preferiu não comentar. Mas revelou que, segundo relatos de familiares, o convívio do pastor com os filhos não era harmônico. “A vítima era a responsável por controlar o dinheiro da família. Até os gastos da deputada. Esse perfil controlador gerava brigas”, comentou.
A chefe das investigações contou que nenhuma das pessoas ouvidas até o momento no inquérito relatou uma relação extraconjugal da vítima. Perguntada sobre possível motivação financeira para o crime, a delegada falou que a informação não está descartada.