Publicado 25/06/2019 15:00 | Atualizado 25/06/2019 16:07
Rio - O advogado Anderson Rollemberg, que representa Flávio e Lucas dos Santos, presos suspeitos de matarem o pai adotivo, o pastor Anderson do Carmo, disse que vai esperar até o fim da tarde desta terça-feira a transferência dos dois para a Cadeia Pública Frederico Marques, em Benfica. Caso ela não ocorra, conforme acordado ontem, ele pretende entrar com um pedido na justiça e acionar a Comissão de Direitos Humanos da Alerj na quarta-feira. Ele voltou a reforçar a que permanência dos seus clientes na carceragem da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) é ilegal.
"Estou mandando um assistente verificar às 16h se foi cumprido o acordo. Se isso não ocorrer, às 11h de amanhã (quarta) estarei protocolando um pedido aos direitos humanos e tomando as medidas judiciais. Eles estão sendo mantidos ali em cárcere à mercê da autoridade policial quando na prática e pela norma tem que se transferido para o sistema. Estão fazendo o que bem entendem com eles, tiram da carceragem a todo momento, questionam, fazem perguntas, etc. Sem falar na questão de insalubridade daquela carceragem, inadequada, úmida, cheia de fungos e parasitas. Se fizer uma vistoria vão ver que é desumano manter uma pessoa mais de algumas horas. Não há sequer chuveiro para banho", criticou.
O defensor disse que foi acordado com o delegado-assistente de Bárbara Lomba a transferência para esta terça-feira. Entretanto, ele falou que compreende que os depoimentos foram até tarde da noite, o que adiou o início dos trabalhos nesta terça-feira. Logo, pode atrasar a transferência dos presos.
"Não é assim que funciona. Eles têm que ter a tranquilidade deles, mesmo sendo presos provisórios, tem que ter o direito assegurado, principalmente a assistência jurídica quando questionado pela autoridade policial. Essa é a reivindicação que fazemos. Isso é arbitrário", reforçou.
Advogado da família do pastor vai pedir que parentes de Anderson prestem depoimento
O advogado Ângelo Máximo, que representa a família do pastor Anderson do Carmo, disse que vai pedir para que os parentes da vítima prestem depoimento na especializada responsável pelas investigações. "O celular foi entregue na mão de Flordelis, que passou na mão de outros filhos até sumir. É uma prova que poderia trazer o verdadeiro algoz. As peças não estão se encaixando, esse quebra cabeça não está batendo", comentou o advogado.
Ângelo Máximo voltou a pedir que os filhos da parlamentar colaborem com as investigações. "Tem uma série de suspeitas a respeito do fato. Sumiço dos telefones, o socorro após um bom tempo do Anderson ser baleado, a fogueira atrás de casa, a arma que não tinha em casa e depois encontrou. Uma série de fatos que vem causando a estranheza. E também a não colaboração, no caso dos filhos, esposa, no sentido de colaborar com a investigação. Não tenho conhecimento dos autos, do depoimento da deputada ontem, não sei se colaborou ou não. Mas no momento a família vê que não há essa colaboração", completou.
*Estagiária, como supervisão de Adriano Araujo
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