Ana Cristina Pacheco Luciano teve 80% do corpo queimado e morreu cerca de um mês depois - Arquivo Pessoal
Ana Cristina Pacheco Luciano teve 80% do corpo queimado e morreu cerca de um mês depoisArquivo Pessoal
Por O Dia
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO-MPRJ), obteve decisão judicial que determinou a prisão preventiva de três acusados de perfurarem um duto da Transpetro, em Duque de Caxias, para furtarem gasolina, ação que resultou na morte de uma criança por queimaduras decorrentes da exposição ao combustível.
A 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias também recebeu a denúncia do GAECO-MPRJ que indica que, além dos três criminosos, outras quatro pessoas, integrantes da organização criminosa responsável pelo roubo, também participaram da ação, que resultou em um prejuízo no valor de R$ 2.896.500,07 para a companhia de transportes de combustíveis.
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Fernanda e Ana Cristina - Arquivo Pessoal
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Entre elas, está a própria mãe da menina vitimada pelo crime, Fernanda Pacheco Luciano, de 26 anos, e Antônio Martins da Silva, avô da criança. Os dois foram indiciados no caso na semana passada. De acordo com a Delegacia de Defesa de Serviços Delegados (DDSD), eles participavam do esquema de furto como vigilantes. Fernanda nega que participasse da organização criminosa. Eles ainda não foram alvo da determinação de prisão.
Fernanda e Ana Cristina - Arquivo Pessoal
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De acordo com a denúncia, no dia 26 de abril de 2019, na Rua Celeno, no bairro Capivari, Willian Cesar Vieira, Mateus Kevin da Silva Belo e Wesley Muniz Pollete perfuraram o duto Orbel I da Transpetro, provocando um vazamento de aproximadamente 237 mil litros de gasolina.
O furto não se consumou pois houve rompimento da mangueira presa à válvula, que não suportou a alta pressão do duto. Além do trio, responsável pela perfuração, concorreram para o crime, exercendo funções de vigilância, transporte e de negociar a gasolina subtraída, os denunciados Antônio Martins da Silva, Fernanda Pacheco Luciano, Sonia Cristina Tavares Ventura e Ventura Carmona Ventura.
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O vazamento de gasolina, além de configurar crime ambiental, causando poluição atmosférica, resultou na morte de Ana Cristina Pacheco, de nove anos, e a retirada de 17 moradores da área afetada. A perfuração culminou em uma espessa nuvem branca decorrente do combustível que estava sendo expelido do duto numa altura aproximada de 10 metros e, durante a desocupação da área, Ana Cristina desmaiou e caiu no solo molhado de combustível, ocasião em que manteve contato direto com a gasolina, altamente tóxica, vindo a falecer no dia 23/05 em decorrência da exposição ao produto, que causou queimaduras em mais de 80% do seu corpo.