Após a prisão de Novaes, os investigadores vão apurar quais foram as licenças obtidas pela empresa. "(Por ele ser do CPAM) facilitou na busca de licenças que dependem de órgãos ambientais", disse o delegado Thiago Neves, do Departamento de Combate à Corrupção ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCCCO-LD).
Durante a operação Terra Nostra, os agentes prenderam seis pessoas ligadas a milícia que atua na Zona Oeste e em municípios da Baixada Fluminense. As investigações começaram em 2017 após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar movimentações atípicas nas contas dos envolvidos. "O inquérito se inciou com analise de três relatórios de movimentações financeiras que demonstrava diversas operações suspeitas dos investigados. Identificamos algumas empresas que eram utilizadas pela milícia. A ideia era dar uma aparência de legalidade daqueles valores e em seguida eles começaram a praticar aquilo que chamamos de mescla (transações legais fundidas a transações ilegais) dificultando as investigações", disse o delegado.
De acordo com a promotora Alessandra Celente, a origem do dinheiro utilizado é criminoso. “As fontes disso são as extorsões, homicídios, transporte irregular, grilagem de terras, entre outras atividades criminosas”, salientou.
Os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos no Recreio dos Bandeirantes e Santa Cruz, na Zona Oeste. Além de Itaguaí, Seropédica e Paracambi. Os presos na operação serão indiciados por organização criminosa e lavagem de dinheiro
Areia extraída na Baixada pode estar sendo usada para construir prédios da milícia
O DIA apurou que a Polícia Civil vai investigar se areia e terra extraídas ilegalmente em terrenos de munícios como Seropédica e Paracambi podem estar sendo usadas por milicianos para construir prédios na Zona Oeste da cidade. No final do ano passado, durante uma operação da Civil, uma retroescavadeira foi apreendida em um terreno em Santa Cruz. À época, segundo os investigadores, o local era usado para extrair areia ilegal.