Operação foi desencadeada pela DHNSGI - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Operação foi desencadeada pela DHNSGIReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Um mototaxista vítima da milícia de Itaboraí teve o coração arrancado após ter sido morto. O grupo paramilitar, que é alvo da Operação Salvator, realizada nesta quinta-feira, acreditava que o homem teria dado informações a traficantes sobre um dos integrantes do bando, Wanderson da Silva Oliveira, de 25 anos, o Júnior ou Juninho, que foi morto em março passado.
De acordo com a titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), a delegada Barbara Lomba, os milicianos esquartejaram o homem para demonstrar o poder da quadrilha.
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"Há dentro da estrutura do grupo quem pratique os homicídios, os chamados matadores... normalmente são as mesmas pessoas que executam os homicídios", a delegada detalha. "Durante as investigações, essa pessoa, que está foragida, aparece mais frequentemente como o autor dos homicídios da quadrilha".
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'FRANQUIA' DE ORLANDO CURICICA
O grupo que age é Itaboraí funciona como uma espécie de "franquia" do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica. Durantes as investigações, a polícia descobriu que o bando usa de muita crueldade durante seus crimes.
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"Alguns deles (dos milicianos) foram indiciados e presos também por crime de tortura", acrescenta o delegado responsável pelas investigações, Gabriel Poiava Martins.
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Segundo o Ministério Público estadual (MPRJ), a organização criminosa tem funções bem definidas, como donos, lideranças, gerência, matadores, recolhedores, soldados e olheiros. O grupo começou a se instalar em Itaboraí no final de 2017 e início de 2018, quando aconteceram os primeiros crimes praticados pelo eles, tais como a cobrança das "taxas de segurança" e "gatonet", especialmente nas áreas de Visconde de Itaboraí, Areal e Porto das Caixas.
Os milicianos estariam por trás de diversas mortes e desaparecimentos. Em um primeiro momento, os desafetos do grupo eram mortos e seus corpos deixados à mostra. Por conta das diversas investigações da DHNSGI, o bando passou a matar e desaparecer com os corpos. Alguns milicianos se passavam por policiais civis para praticar os crimes.
Material apreendido na ação - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia