Casa onde o PM Fábio Nascimento de Souza, o 'China', foi preso. Ele integrava uma milícia que atuava em Itaboraí - Rafael Nascimento / Agência O DIA
Casa onde o PM Fábio Nascimento de Souza, o 'China', foi preso. Ele integrava uma milícia que atuava em ItaboraíRafael Nascimento / Agência O DIA
Por RAFAEL NASCIMENTO
Rio - Alguns meses antes da operação Salvator que prendeu ao menos 40 milicianos de Itaboraí, da Região Metropolitana do Rio, o sargento da Polícia Militar Fábio Nascimento de Souza, o China, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Borel e um dos líderes da milícia que atuava na cidade, já se mostrava preocupado com uma possível operação e até em uma prisão.

Ligado a Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, e Renato Nascimento Santos, o Renatinho Problema, o sargento estava preocupado com uma ação da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI).
Acusado de atuar com o grupo paramilitar que dominou e aterrorizou moradores e comerciantes de Itaboraí, o PM chegou a conversar com Renatinho Problema, antes da briga entre os dois, no final do ano passado.

"Natan, eu não posso. Não posso por**. Entendeu? É a minha carreira. Eu tenho uma carreira na polícia, por**.", disse o sargento preocupado com uma possível prisão. Para os investigadores, essa conversa demostrava a preocupação de China com a prisão. Após o diálogo, a Polícia Civil descobriu que houve um racha entre os milicianos por conta de decisões internas.
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Em um outro áudio a qual a DHNSG teve acesso, um outro miliciano diz à China que a Polícia Civil estava atrás dele.

Em meados de dezembro, China entregou Renatinho Problema ou Natan, para homens da 82ª DP (Maricá). O miliciano estava em Guapimirim, na Baixada Fluminense. Após a prisão, o sargento assumiu o comando da organização criminosa.

Segundo a Polícia Civil, 141 desapareceram no ano passado, em Itaboraí. Para os investigadores, dezenas de corpos estão enterrado em uma localidade conhecida como Visconde de Itaboraí, ao lado da Estrada do Comperj.